Resumo

A correta estimativa dos parâmetros da cinética do consumo de oxigênio é fundamental para a interpretação de seus mecanismos de controle e/ou limitação. O objetivo deste estudo foi caracterizar a cinética do consumo de oxigênio em intensidades supra-máximas realizadas em cicloergômetro a partir da utilização de dois modelos matemáticos distintos. Onze indivíduos saudáveis do sexo masculino (idade = 25,4 ± 4,9 anos, estatura = 177,0 ± 4,0 cm, massa corporal = 77,1 ± 11,3 kg, VO2max = 40,3 ± 6,3 mL.kg-1.min-1) realizaram quatro testes retangulares exaustivos de intensidades correspondentes a 100, 113, 133 e 153%VO2max. As constantes de tempo do componente primário da cinética do VO2 foram estimadas a partir dos modelos exponencial e semi-logarítmico e comparadas através de ANOVA para medidas repetidas e post hoc de Tukey, admitindo-se P<0,05. A estimativa da demanda de oxigênio, necessária para o cálculo da constante de tempo pelo modelo semi-logarítmico, foi realizada mediante procedimento de regressão. O modelo exponencial forneceu menores valores de constante de tempo (35,1 ± 8,0s; 32,5 ± 7,4s; 29,6 ± 11,3s; 25,3 ± 7,5s) em relação ao modelo semi-logarítmico (107,9 ± 27,1s; 104,5 ± 24,3s; 114,1 ± 30,4s; 125,3 ± 24,9s) para todas as intensidades, respectivamente. A observação de comportamento conflitante da cinética do consumo de oxigênio a partir da aplicação de modelos matemáticos distintos sugere precaução na realização de inferências fi siológicas dos parâmetros obtidos em exercícios supra-máximos.


 

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