Cinética do Consumo de Oxigênio Durante Exercícios Supramáximos: Aplicação de Modelos Matemáticos
Por Daniel Müller Hirai (Autor), Nilo Massaru Okuno (Autor), Luiz Augusto Buoro Perandini (Autor), Guilherme Morais Puga (Autor), Herbert Gustavo Simões (Autor), Fábio Yuzo Nakamura (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 10, n 1, 2008. Da página 43 a -
Resumo
A correta estimativa dos parâmetros da cinética do consumo de oxigênio é fundamental para a interpretação de seus mecanismos de controle e/ou limitação. O objetivo deste estudo foi caracterizar a cinética do consumo de oxigênio em intensidades supra-máximas realizadas em cicloergômetro a partir da utilização de dois modelos matemáticos distintos. Onze indivíduos saudáveis do sexo masculino (idade = 25,4 ± 4,9 anos, estatura = 177,0 ± 4,0 cm, massa corporal = 77,1 ± 11,3 kg, VO2max = 40,3 ± 6,3 mL.kg-1.min-1) realizaram quatro testes retangulares exaustivos de intensidades correspondentes a 100, 113, 133 e 153%VO2max. As constantes de tempo do componente primário da cinética do VO2 foram estimadas a partir dos modelos exponencial e semi-logarítmico e comparadas através de ANOVA para medidas repetidas e post hoc de Tukey, admitindo-se P<0,05. A estimativa da demanda de oxigênio, necessária para o cálculo da constante de tempo pelo modelo semi-logarítmico, foi realizada mediante procedimento de regressão. O modelo exponencial forneceu menores valores de constante de tempo (35,1 ± 8,0s; 32,5 ± 7,4s; 29,6 ± 11,3s; 25,3 ± 7,5s) em relação ao modelo semi-logarítmico (107,9 ± 27,1s; 104,5 ± 24,3s; 114,1 ± 30,4s; 125,3 ± 24,9s) para todas as intensidades, respectivamente. A observação de comportamento conflitante da cinética do consumo de oxigênio a partir da aplicação de modelos matemáticos distintos sugere precaução na realização de inferências fi siológicas dos parâmetros obtidos em exercícios supra-máximos.