Cinética do Consumo de Oxigênio a Intensidades de Nado Moderada e Extrema
Por Ana Sousa (Autor), Kelly de Jesus (Autor), Pedro A. Figueiredo (Autor), João Paulo Vilas-Boas (Autor), Ricardo J. Fernandes (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 19, n 3, 2013. Da página 186 a 190
Resumo
INTRODUÇÃO: Tradicionalmente, os estudos da cinética do consumo de oxigênio são conduzidos a intensidades de exercício baixas, bem distintas daquelas em que o desempenho desportivo acontece.
OBJETIVO: Considerando que a magnitude da cinética deste parâmetro fisiológico depende da intensidade a que o esforço é realizado, pretendeu-se com este trabalho comparar a cinética do consumo de oxigênio em 200 mcrowl nadados a duas intensidades distintas: moderada e extrema.
MÉTODOS: Dez nadadores do sexo masculino, de nível internacional, realizaram dois testes separados: (i) protocolo progressivo e intervalado de7 x200 m, com 30 segundos de intervalo e incrementos de 0,05 m.s-1 para determinação do patamar correspondente ao limiar anaeróbio; e (ii) 200 m à máxima velocidade. Em ambos, realizou-se uma recolha contínua de gases expirados respiração-a-respiração.
RESULTADOS: Diferenças significativas foram obtidas na amplitude e constante temporal determinadas nos 200 m nadados à intensidade extrema e moderada, respectivamente: 38,53 ± 5,30 versus 26,32 ± 9,73 ml. kg-1.min-1 e 13,21 ± 5,86 versus 18,89 ± 6,53 s (p ≤ 0,05). Não foram encontradas diferenças no atraso temporal (9,47 ± 6,42 versus 12,36 ± 6,62 s (p ≤ 0,05), à intensidade extrema e moderada, respectivamente. O atraso temporal correlacionou-se negativamente com a constante temporal à intensidade moderada (r = –0,74, p ≤ 0,05).
CONCLUSÕES: Ambas as intensidades estudadas foram bem descritas por aproximações mono-exponenciais, tendo-se verificado diferenças significativas entre as mesmas no que concerne à amplitude e constante temporal.