Resumo

As cargas de treinamento aeróbio, frequentemente são prescritas com relação a máxima intensidade de exercício obtida durante um teste incremental (Vmax), utilizando cargas moderadas (abaixo do limiar anaeróbio; Z1), pesadas (no limiar anaeróbio; Z2) ou severas (sessões intervaladas acima do limiar anaeróbio; Z3). Embora a distribuições destes estímulos ao longo do treinamento dependa da disponibilidade de substratos energéticos, poucos estudos investigaram a cinética do glicogênio após sessões agudas nestas intensidades. OBJETIVO: Mensurar o conteúdo muscular e hepático de glicogênio de ratos Wistar, submetidos a três sessões agudas de treinamento, com cargas equiparadas. MÉTODOS: 78 ratos Wistar foram submetidos a um teste incremental para determinação da Vmáx. Os animais foram divididos em quatro grupos conforme a intensidade da sessão de treinamento, sendo: controle (GC; n = 6), Z1 (GZ1; n = 24), Z2 (GZ2; n = 24) e Z3 (GZ3; n = 24). Posteriormente os animais foram divididos em subgrupos conforme o momento do sacrifício, que ocorreram imediatamente após a sessão de treinamento e durante a recuperação (6, 12 e 24h após; 6 animais em cada momento). A duração e a intensidade das sessões foi modulada para que fossem realizadas em isocarga (GZ1: 48 min a 50% da Vmáx; GZ2: 32 min a 75% da Vmáx; GZ3: 5 x 5 min e 20 s a 90% da Vmáx com intervalo de 2 min e 40 s entre os esforços). As concentrações de glicogênio ([Glic]) muscular (sóleo, gastrocnêmio e sóleo) e hepático foi determinado por meio da técnica de fenol sulfúrico. As possíveis diferenças entre os grupos e os tempos de sacrifício foram evidenciadas pela ANOVA two-way seguida do Post hoc de Tukey (p < 0,05). RESULTADOS: As [Glic] muscular diminuíram não significativamente imediatamente após todas as sessões (p > 0,10). A cinética de depleção, recuperação e supercompensação, não foi diferente entre as intensidades (p > 0,10). No fígado, as menores [Glic] foram observadas após 6 h de recuperação. Após 24h de recuperação, as [Glic] hepático foram significativamente superiores as observadas após 6h de recuperação para todos os grupos. CONCLUSÃO: Quando realizadas com carga equiparada, as intensidades das sessões parecem não influenciar na cinética de depleção, recuperação e supercompensação do glicogênio muscular. Independentemente da intensidade, a maior depleção das [Glic] hepático ocorrem após 6h de recuperação, o que parece induzir a uma supercompensação após 24h.

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