Cinética do Componente Lento do Vo2 e a Intolerância Ao Exercício Realizado no Domínio Severo
Por L. F. Barbosa (Autor), C. C. Greco (Autor), Benedito Sérgio Denadai (Autor).
Resumo
Tem sido sugerido na literatura que a tolerância (tempo de exaustão) ao exercício realizado no domínio severo (i.e., acima da potência crítica) pode estar associada à quantidade máxima de trabalho que pode ser realizada acima da potência crítica (W'), o desenvolvimento do componente lento do consumo de oxigênio (VO2), que representa uma redução da eficiência muscular, e o atingimento do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Assim, o objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a cinética do componente lento do VO2 e a tolerância ao exercício (tempo de exaustão - tlim) durante exercício de carga constante realizado no domínio severo. Métodos: Quinze indivíduos ativos (24,7 ± 4,7 anos; VO2max: 41,2 ± 5,1 ml.kg- 1.min-1) realizaram os seguintes testes em cicloergômetro: 1) um teste incremental, até a exaustão voluntária, para determinar o VO2max e a intensidade associada ao VO2max (IVO2max) e; 2) dois testes de carga constante (CWR), até a exaustão voluntária, a 95% do IVO2max para determinar a trajetória do componente lento do VO2 (VO2sc) e o tlim. A trajetória do componente lento do VO2 (l.min-2) foi estimada por meio de regressão linear, e correspondeu à inclinação da reta obtida. Três tempos limites foram obtidos: tlim 1 = CWR1; tlim2 = CWR2; e tlim1+2 = (CWR1 + CWR2 / 2). Resultados: Não houve diferença significante entre o VO2max (3271,7 ± 410,7 ml.min-1) e o VO2pico obtido durante os testes de CWR (CWR1 = 3356,3 ± 448,8 ml.min-1, CWR2 = 3362,2 ± 393,4 ml.min-1, p >0.05). Houve correlação significante (p < 0,05) entre a cinética do VO2sc (0,15 l.min- 2) e tlim1 (r = -0,53), tlim2 (r = -0,49) e tlim1+2 (r = -0,55). Conclusão: Deste modo, a tolerância ao exercício durante o CWR realizado no domínio severo é parcialmente explicada pela cinética do componente lento do VO2. Apoio Finaceiro: CNPq, FAPESP.