Resumo

A formação de um militar deve abranger diversos fatores, dentre eles, o preparo físico para situações estressoras, comumente vivenciadas durante suas carreiras. Este tipo de treinamento específico coloca em prática situações de combate e de sobrevivência, que exigem muito do organismo, e podem causar mudanças nos padrões endócrinos dos sujeitos. O IGF-I vem ganhando bastante notoriedade no treinamento militar, principalmente por ser responsivo/sensível ao déficit energético, situação comumente vivenciada no treinamento militar específico. Desta feita, o presente estudo teve como objetivo avaliar a cinética do IGF-I e da IGFBP-3 em 3 momentos: Momento 1 – basal (semana controle); Momento 2 - após treinamento específico militar de campo; e Momento 3 – uma semana após o treinamento específico (semana controle). Participaram do estudo 12 soldados, membros em formação da escola de infantes da Academia das Forças Aéreas – AFA que foram acompanhados durante os três momentos citados. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva (média, desvio padrão, máximo e mínimo). Para comparação de médias foi utilizada estatística não-paramétrica com um valor de p<0,05. Para as principais medidas do estudo (IGF-I e IGFBP-3) foi utilizado a ANOVA de Friedman para medidas repetidas. Posteriormente, utilizou-se o teste de Wilcoxon para comparar as medidas aos pares (momentos 1 e 2; 1 e 3; 2 e 3). O effect size foi calculado pela proposta de Rosenthal (1991), O principal achado deste estudo foi verificar a cinética bifásica de IGF-I e da IGFBP-3 nos três momentos observados, ou seja, uma queda significativa a partir do momento 1 (basal - IGF-I: 189 ng / ml e IGFBP-3: 4,71 mg / l) até o momento 2 (imediatamente após o treinamento militar - IGF-I: 162ng / ml e IGFBP-3: 4,08 mg / l), e recuperação subsequente desses marcadores, com um aumento significativo do momento 2 (imediatamente após o treinamento militar) para o momento 3 (a semana após o treinamento militar - IGF-I: 199 ng / ml e IGFBP-3: 4,96 mg / l). Pode se concluir que os níveis de IGF-I e IGFBP-3 respondem rapidamente aos estímulos causados por treinamento militar, especialmente após treinamento de campo específico, no entanto, os mesmos marcadores retornam rapidamente aos seus valores basais após o término deste tipo de treinamento, simplesmente seguindo a rotina diária do batalhão nas semanas de controle, sem a necessidade de intervenção específica.

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