Resumo

O exercício físico pode atuar positivamente contra os agravos correlatos à hipertensão arterial sistêmica, doença crônica e não-transmissível que incide aproximadamente 30% da população mundial. Embora existam evidências suficientes sobre as respostas fisiológicas do exercício físico nesta população, estudar a dose-resposta do seu fracionamento ao longo do dia se faz necessária, permitindo novas possibilidades para a prescrição do exercício físico. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar as respostas pressóricas, em até 24h, após o fracionamento de uma sessão de exercício concorrente, bem como a biodisponibilidade do óxido nítrico em mulheres hipertensas. Para tanto, participaram do presente estudo 11 mulheres hipertensas de meia-idade (57,45 ±5,13 anos) submetidas a 3 sessões experimentais e um dia controle (SC). Nas sessões manhã (SM) e noite (SN), o exercício foi realizado integralmente pela manhã e pela noite, respectivamente. Na sessão fracionada (SF), realizou-se 50% do volume pela manhã e os demais 50% no turno da noite. Verificou-se que a SM proporcionou maior decaimento e menor reatividade pressórica (p<0,05) para a pressão arterial sistólica (PAS) e para pressão arterial diastólica (PAD) 1h após o exercício, quando comparada à SC. A SM também foi mais eficiente em promover hipotensão pós-exercício para a PAS que a SN e a SF, além de promover maior atenuação à reatividade pressórica (p<0,05) que as demais sessões. Ao analisar a cinética pressórica nas 24h subsequentes ao exercício, foi evidenciado que a SF promoveu menor área abaixo da curva pressórica (p<0,05) para a PAS, PAD e PAM no período do sono, além de maior biodisponibilidade (p<0,05) do óxido nítrico que as demais sessões. Neste sentido conclui-se que que a SF foi mais eficaz em promover reduções pressóricas nas 24h subsequentes à prática de exercício físico que as demais sessões, ainda que esta redução não tenha sido evidenciada no período de 1h pós-exercício, como observada após a SM.

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