Circo Lusitano de Penna e Bastos

Parte de Um Brasil de Circos: a produção da linguagem circense do século XIX aos anos de 1930 . páginas 293 - 304

Resumo

Os clubes e escolas que ofereciam aulas de ginástica no Rio de Janeiro frequentemente realizavam eventos comemorativos nos quais as exibições de ginástica tomavam parte na programação e eram executadas de forma “espetacular”, com grande assistência de público. Conforme analisa Melo e Peres (2014), nessas exibições era comum a integração de música e ginástica com o intuito de entusiasmar a plateia e elevar sua sensação de risco, desafio, assombro e admiração, por mais que essas instituições pregassem uma dimensão regrada do divertimento, visando a ordem e o controle dos movimentos. Assim, tais demonstrações ginásticas se aproximavam da dinâmica do espetáculo e do contexto do divertimento marcantes nas manifestações circenses, o que, de certa maneira, em função do risco e espetacularidade que apresentavam, diluía o apelo pelo rigor metodizado das práticas corporais que se queriam pedagógicas, seguras, controladas e edificantes, e, consequentemente, atendiam à demanda dos espectadores por exibições desafiadoras