Resumo
Sabe-se que a prática de exercícios físicos apresenta-se como uma das principais variáveis intervenientes para a melhoria da saúde e qualidade de vida. Como pré-requisito para uma prática segura, recomenda-se submeter o praticante a uma etapa de exames clínicos e de avaliação da aptidão física. Estes procedimentos têm por objetivo investigar o estado de saúde de um indivíduo, para que a prescrição e o controle do treinamento se dê de forma segura, eficaz e, até mesmo, motivante. Observa-se, entretanto, que as estratégias utilizadas para conferir a adequada prescrição e controle de intensidade dos exercícios apresentam-se com um certo grau de dificuldade em sua aplicação. Neste sentido, a Percepção Subjetiva de Esforço destaca-se por sua ágil e fácil aplicabilidade, principalmente, para as modalidades de exercício aeróbio, que assumem importante papel na prevenção, controle e reabilitação de doenças e conseqüente morbidade. Tal fato sustenta-se nos excelentes resultados obtidos através de sua correlação com o consumo máximo de oxigênio e com a freqüência cardíaca máxima. O pressuposto teórico deste instrumento fundamenta-se na relação intrínseca existente entre os fenômenos psicofisiológicos. O presente estudo postulou que a percepção de imagens (figuras) ofereça, no mú1imo, a mesma correlação que a Escala RPE de Borg, na avaliação, prescrição e controle (supervisão) do treinamento (exercício fisico). Para tanto, buscou-se verificar, através de um teste experimental de esforço progressivo máximo, a correlação existente entre a proposta Escala de Faces e: o Consumo de Oxigênio; a Escala RPE de Borg e; a Freqüência Cardíaca. Os resultados demonstraram uma alta correlação entre Faces e V02 (Crelativo = 0,824; R2 = 67,936%; Valor-p = 0,048), entre Faces e Borg (Crelativo = 0,911; R2 = 82,960%; Valor-p = 0,010) e entre Faces e FC (Crelativo = 0,885; R2 = 78,352%; Valor-p = 0,014), indicando que a proposta Escala de Faces pode ser utilizada em substituição à Escala de Borg, para o grupo investigado.