Classificação Esportiva Para Atletas com Deficiência Visual e Sua Relação com o Desempenho na Natação
Por Elaine Cappellazzo Souto (Autor), Leonardo dos Santos Oliveira (Autor), Claudemir da Silva Santos (Autor), Márcia Greguol (Autor).
Em Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano v. 10, n 2, 2017. Da página 1 a 10
Resumo
A classificação médica (CM) adotada aos nadadores com deficiência visual (DV) não consegue elucidar claramente a influência da perda da visão no desempenho. Em uma pesquisa documental, analisou-se o tempo final de prova dos 50, 100 e 400m livre e a CM (S11, S12 e S13) de nadadores nacionais (n = 40) e internacionais (n = 72) de elite. Utilizou-se o teste de Kruskal-Wallis e a correlação de Spearman, com 95% de confiança (P < 0,05) e o tamanho do efeito d de Cohen foi calculado. Verificou-se um grande efeito da CM no tempo final de prova dos 50m (P = 0,034; d = 1,55) para atletas nacionais e dos 50m (P = 0,001; d = 2,64), 100m (P = 0,001; d = 3,01) e 400m (P = 0,001; d = 2,88) para atletas internacionais. As classes S12 e S13 foram mais rápidas comparadas à classe S11 em todas as provas internacionais, mas apenas nos 50m nas provas nacionais (P < 0,05). Foram encontrados fortes relacionamentos negativos entre o tempo final de prova e a CM para os atletas internacionais (Rho de Spearman ≥ 0,78). Houve uma significativa influência da CM no desempenho de nadadores nas provas do nado livre, especialmente em nadadores internacionais. Assim, ter um resíduo visual parece ser o suficiente para que os nadadores com baixa visão, nas classes S12 e S13, adquiram performance semelhante.