Resumo

Longos períodos em assistência à TV, jogos de videogames, e uso de computador têm sido relacionados à desfechos desfavoráveis à saúde em adolescentes, entretanto, estes comportamentos não surgem isoladamente e podem coexistir. OBJETIVO: Identificar padrões de comportamento de tela (computador, videogame, televisão e celular) em dias de semana de adolescentes. MÉTODOS: Adolescentes do sétimo ao nono ano (n = 243; 51% meninos) de uma escola pública de Florianópolis e uma escola pública de São José, Santa Catarina, responderam a um questionário estruturado relatando quantas horas em dias de semana eles passavam: a) assistindo TV; b) jogando no computador ou videogame; c) utilizando o computador sem ser para jogar; d) utilizando o celular. O tempo em cada comportamento de tela foi dicotomizado em “menos de duas horas” e “duas horas ou mais/dia”. Análise de classe latente foi utilizada para identificar diferentes padrões de engajamento nestes comportamentos. RESULTADOS: De 243 adolescentes, 58,9%, 42,8%, 40,7%, e 82,30% passaram mais de duas horas diárias assistindo TV, jogando no computador ou videogame, utilizando o computador, e usando o celular, respectivamente. Três clusters foram identificados e representaram, respectivamente, 42,6%, 15,4% e 41,9% da amostra. No primeiro, foi encontrada elevada probabilidade de passar mais de duas horas diárias na TV (rho = 0,7) e no celular (rho = 0,8), e menor probabilidade de jogar videogame (rho = 0,1) e usar o computador (rho = 0,1). No segundo cluster, percebeu-se maior tempo dedicado a usar o celular (rho = 0,9), assistir TV (rho = 0,8) e usar o computador (rho = 0,6), e menor tempo para jogar videogame (rho = 0,2). No terceiro cluster, houve maior contribuição para o jogar videogame (rho = 0,8), usar o computador (rho = 0,7) e o celular (rho = 0,7), e menor participação da assistência à TV (rho = 0,4). CONCLUSÃO: Três padrões distintos de engajamento em comportamentos de tela foram observados, e verificou-se a forte presença do uso do celular em todos eles. Sugere-se que estes padrões podem ter impactos diferentes na saúde dos adolescentes e podem exigir abordagens diferenciadas no planejamento de intervenções.

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