Cognição e fadiga no exercício intermitente: desenvolvimento de protocolo para indução de hipofrontalidade transitória
Por Ígor Rafael Freitas da Silva (Autor), Fábio Antônio Mota Fonseca da Silva (Autor), Antônio Aniceto da Silva Filho (Autor), Marcelo Freire Camargo Maia (Autor), Júlia Carolina Lopes Silva (Autor), André dos Santos Costa (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
Exercícios intermitentes de alta intensidade podem comprometer funções executivas, como controle inibitório, flexibilidade cognitiva e memória de trabalho, em razão da redistribuição do fluxo sanguíneo em favor do córtex motor. Esse fenômeno, denominado hipofrontalidade transitória, pode aumentar erros, reduzir foco atencional e prejudicar a tomada de decisão em contextos esportivos e profissionais. Compreender seus efeitos é essencial para subsidiar futuras intervenções. Portanto o objetivo deste estudo é desenvolver e testar um protocolo laboratorial para indução de hipofrontalidade transitória em indivíduos fisicamente ativos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo piloto com três adultos (20-25 anos), fisicamente ativos. Na primeira visita, realizaram anamnese, caracterização antropométrica, aplicação dos testes Stroop e Flanker (familiarização) e avaliação da velocidade máxima e de pico em corrida. Na segunda visita, seguiram o protocolo experimental: (1) fadiga central pelo Stroop; (2) protocolo intermitente em esteira para fadiga periférica (10 sprints de 14s, com 92s de descanso ativo e 14s passivo, incluindo pausa de 3 min após 5 repetições). O teste de Flanker foi aplicado nos intervalos ativos e ao término do protocolo para avaliar tempo de reação e acurácia. RESULTADOS: Após a fadiga central, houve aumento de 75% na taxa de erros, sem alteração relevante no tempo de reação. No Bloco 1 de sprints, os erros cresceram 20%, sem mudanças expressivas no tempo de reação. No Bloco 2, verificou-se aumento de 25% nos erros e redução de 12,6% no tempo de reação. Após a recuperação, observou-se queda de 14,9% no tempo de reação e de 75% nos erros no Flanker. CONCLUSÃO: O protocolo produziu alterações cognitivas compatíveis com a hipofrontalidade transitória. Contudo, por se tratar de estudo piloto com apenas três participantes, os resultados devem ser interpretados com cautela, demandando estudos mais amplos para confirmar sua eficácia.