Resumo

Desde o final da década de 1960, os estudiosos analisam o futebol no Uruguai a partir de diversas perspectivas teóricas. Desde que Morales (1969) discutiu os "mitos e realidades" do futebol uruguaio, uma série de académicos, tanto nacionais como estrangeiros, realizaram vários estudos sobre a história e a identidade do futebol neste país. Assim, o objetivo deste trabalho é fazer uma revisão, a partir de uma perspetiva de género, de todos os estudos sociológicos e históricos anteriores sobre o futebol uruguaio. Utilizando uma metodologia etno-histórica, pretendemos construir um estudo coletivo que conduza a uma série cronológica de discursos que construam as bases sociais para explicar a ausência de mulheres nas histórias do futebol uruguaio. Este estudo procurará as razões que explicam a ausência de mulheres nas narrativas sobre o futebol uruguaio. Espera-se que a resposta a essa "inexistência" tenha dois fundamentos inter-relacionados: a) a sociedade patriarcal uruguaia relegou a presença das mulheres a papéis de acompanhamento e não de protagonistas, inclusive na arena do futebol e b) os discursos midiáticos, acadêmicos e historiadores dominantes, na busca de construir seu objeto de pesquisa e conectá-lo às virtudes masculinas locais, deixaram de fora o futebol praticado pelas mulheres. Este capítulo também fornecerá uma série de propostas para ações futuras sobre a equidade de gênero nos campos de futebol uruguaios, tanto para expandir o conhecimento histórico do futebol feminino no Uruguai quanto para defender mais pesquisas educacionais que apoiem mais meninas e mulheres a ocupar seu espaço no principal esporte uruguaio

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