Resumo

É sabido que as doenças cardiovasculares (DCV) são um dos mais sérios problemas de saúde pública nos países industrializados, sendo mesmo reconhecidas como um problema pediátrico (1). Apesar das manifestações clínicas das DCV aparecerem tipicamente na vida adulta, estudos anatomo-patológicos pós-mortem referem que lesões avançadas de aterosclerose podem já ser identificadas em crianças (2). Sabe-se que esta doença é o resultado de um complexo processo patológico que afecta as diferentes artérias e certas zonas de uma artéria mais do que a outras (3). Os mesmos autores referem que a aterosclerose tem uma evolução longa, silenciosa e insuspeita, tornando-se apenas notório quando se alcança a fase de insuficiência renal, situação que poderá demorar longas décadas de vida do indivíduo ou até nunca acontecer, sendo que as manifestações clínicas desta doença, não são, com poucas excepções, aparentes antes dos 40 anos de idade (4) Estudos epidemiológicos têm demonstrado que, paraalém da idade, do sexo e dos antecedentes familiares, um elevado número de factores, intrínsecos e extrínsecos ao próprio indivíduo, os denominados factores de risco, condicionam também o aparecimento e a gravidade daquelas lesões vasculares. Desta forma a aterosclerose é uma doença de múltiplas etiologias e que está influenciada por uma diversidade de factores ambientais e genéticos (1).