Resumo

Esta pesquisa versa sobre saberes e práticas sociais que movimentam o cotidiano de um terreiro de candomblé localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, percebido e abordado como contexto de experiências culturais capaz de entrelaçar distintos modos de vida, percepções e relações intersubjetivas. Por meio de imersão nesse contexto, estabelecemos interlocuções com a comunidade e registramos versões elaboradas por seus integrantes a respeito do entrelaçamento das noções de corpo, arte e lazer que atravessa suas vivências cotidianas. Destas elaborações emergiu uma riqueza de sentidos que foi tomada como ponto de partida para dialogar com diferentes campos do conhecimento, especialmente com a antropologia, com a arte, com a educação e com os estudos do lazer, conferindo ao estudo um caráter marcadamente interdisciplinar. Para além da dimensão religiosa, o universo do candomblé se apresentou como paisagem aberta à experimentação e à expansão das potencialidades etno-gráficas proporcionadas pelo trabalho de campo. Por meio dessa abordagem, que focaliza os sujeitos, seus saberes e práticas sociais, busca-se ampliar os debates sobre manifestações culturais de matriz africana no Brasil, propondo inclusive outros modos de aproximação e de compreensão e outras formas de partilhar percepções em relação às suas configurações contemporêneas.

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