Como a indústria dos artigos científicos trava o avanço da ciência
Por Bruno Vaiano (Autor).
Resumo
Exigências burocráticas e uma cultura que privilegia a quantidade em vez da qualidade levam cientistas à exaustão – e à malandragem – para garantir bolsas de pesquisa.
O tcheco Ján Hoch tinha 16 anos em 1940, quando perdeu a família nas câmaras de gás de Auschwitz. Sem lenço e sem documento, alistou-se em um contingente de exilados do exército inglês, mudou de nome ...
O tcheco Jan Hoch tinha 16 anos em 1940, quando perdeu a família nas câmaras de gás de Auschwitz. Sem lenço e sem documento, alistou-se em um contingente de exilados do exército inglês, mudou de nome para Robert Maxwell e combateu na 2º Guerra Mundial. Ao final do conflito, ganhou condecorações e cidadania britânica. Acabou destacado para uma base na Berlim ocupada.
O militar não sabia, mas sua temporada na capital alemã o tornaria um milionário — e mudaria a história da ciência. Lá ele conheceu a Springer, uma editora alemã fundada em 1842. Eles eram especialistas em publicar artigos científicos: os textos que todo pesquisador precisa escrever para divulgar seus experimentos, descobertas e resultados de pesquisa.