Como Gênero e Escolaridade Interagem nos Padrões de Inatividade Física em Diferentes Domínios em Adultos?
Por Giovâni Firpo Del Duca (Autor), Markus Vinícius Nahas (Autor), Leandro Martin Totaro Garcia (Autor), Marco Aurélio Peres (Autor).
Em Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (até 2003 Revista Paulista de Educação Física) v. 29, n 4, 2015. Da página 653 a 661
Resumo
O objetivo do estudo foi identificar interação entre gênero e escolaridade na ocorrência de inatividade física em diferentes domínios (deslocamento, domicílio, lazer e trabalho) em adultos de Florianópolis, Santa Catarina. Os dados foram coletados de setembro/2009 a janeiro/2010 com indivíduos de 20 a 59 anos. Empregou-se um delineamento transversal de base populacional e a inatividade física em cada domínio foi definida como a não participação em atividades físicas específicas, avaliadas por questionário validado aplicado por entrevistas face a face. Foram entrevistados 1720 adultos. Nos homens, a prevalência de inatividade física foi mais elevada do que entre as mulheres no deslocamento (56,9% versus 44,5%; p < 0,001, respectivamente) e no domicílio (79,0% versus 40,4%; p < 0,001 respectivamente). No lazer, a inatividade física foi mais frequente entre as mulheres (58,1% versus 45,5%; p < 0,001). Interações entre gênero e escolaridade foram estatisticamente significativas no deslocamento (p = 0,004), domicílio (p < 0,001) e lazer (p = 0,04). No deslocamento, os homens foram mais inativos do que as mulheres dos cinco aos oito anos completos de estudo. A inatividade física no domicilio foi maior entre os homens em todos os níveis de escolaridade, com redução na magnitude das diferenças percentuais entre os gêneros, conforme o aumento da escolaridade. No lazer, as mulheres foram mais inativas do que os homens a partir dos nove anos de estudo. Constataram-se diferentes interações entre gênero e escolaridade conforme os padrões de inatividade física em seus diferentes domínios.