Comparação Biomecânica Entre Atletas Masculinos e Femininos de Voleibol
Por Rafael Menezes (Autor), Ronê Paiano (Autor), Sônia Corrêa (Autor), Almyr Souza (Autor).
Em XI Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
O voleibol brasileiro atingiu posição de destaque nos últimos anos. Acreditamos
que a biomecânica pode contribuir com esta modalidade, pois seu papel é melhorar
a performance atlética através dos métodos da mecânica. Este trabalho objetivou
comparar o desempenho entre atletas do E.C. Pinheiros. Foram analisados: ângulo
do tornozelo, joelho e cotovelo. Selecionamos, aleatoriamente, 6 atletas de ponta (3
masculino e 3 feminino). A metodologia utilizada foi a cinemetria com filmagem,
no plano sagital, do ataque. As imagens foram digitalizadas e processadas utilizando
os programas Vídeo e UDP, elaborados pelo Instituto de Biomecânica de ColôniaAlemanha. Em relação ao ângulo do tornozelo, os resultados mostraram que as
atletas 1 e 2, na fase de menor ângulo do apoio, se aproximam do descrito na
literatura alcançando um ângulo próximo de 60°. No masculino o atleta 3 foi o que
mais se aproximou chegando, exatamente, nos 60°. Curiosamente a atleta 3 e o
atleta 2 possuem características da passada dos atletas de meio, pois a angulação foi
de aproximadamente 125°. Quando analisamos o ângulo do joelho percebemos
que as atletas são bastante similares até a fase de vôo. Nesta fase, a atleta 1 se sobressai
pois ocorre a flexão máxima ela a faz a 90°. Está flexão máxima proporciona um
deslocamento do centro de gravidade para o alto, fazendo com que a atleta faça uma
"parada no ar", melhorando sua fase de ataque. Quando comparamos com a equipe
masculina, vemos que apenas o atleta 3 aproxima-se da literatura com 100°, o que
conseqüentemente prejudica a "parada no ar". Por fim, analisamos o ângulo do
cotovelo. Percebemos que todas as atletas do feminino, durante a fase de armada
para o ataque, conseguem diminuir sua inércia, através da flexão do cotovelo
(diminuição do raio) e com isto sua velocidade angular é maior na fase de ataque. Já,
com os atletas do masculino o único que não consegue diminuir a inércia durante
esta fase é o atleta 1, já que nesta fase sua angulação foi de 140° e, possivelmente, seu
ataque menos eficiente. Concluímos que a equipe feminina apresenta um desempenho
mecânico um pouco melhor do que a equipe masculina, pois suas variáveis se
aproximam mais da literatura. Sugerimos que se trabalhe na busca da melhora da
flexão do joelho no masculino. Recomendamos, para maiores conclusões, uma análise
com uma amostra maior.