Comparação da carga de treinamento entre titulares e não titulares num clube de elite do futebol brasileiro
Por Igor Braulio De Souza (Autor), Luciano Alonso Valente Dos Santos (Autor), Eduardo Da Matta Mello Portugal (Autor), Evaldo Rui Tavares Santos Junior (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Um dos maiores desafios dos preparadores físicos de futebol é o monitoramento e gerenciamento das cargas de treinamento tanto dos atletas titulares quanto dos não titulares, para que sejam fornecidos estímulos de treino adequados para cada grupo, objetivando adaptações fisiológicas positivas e melhorias no desempenho para todo o elenco ao longo da temporada.
Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar a carga de treinamento de titulares e não titulares num clube de elite do futebol brasileiro.
Métodos: Vinte e oito atletas participaram deste estudo observacional, e foram acompanhados de janeiro a setembro de 2022. Três grupos foram considerados para a realização das análises: os titulares (G1), os reservas (G2) e os atletas não relacionados para as partidas (G3). Os atletas utilizaram o sistema de monitoramento baseado em GPS (Catapult S5, Melbourne, Australia), e as medidas de distância total percorrida (DTP) e distância percorrida em alta intensidade (DAI), acima de 18 km/h, obtidas nos treinos foram utilizadas. As diferenças nas variáveis analisadas foram verificadas utilizando o teste de Kruskal-Wallis.
Resultados: Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos para DTP [X2(2) = 56,545; p < 0,05] e para DAI [X2(2) = 10,060; p = 0,007]. As comparações em pares mostraram que, para DTP, o G1 foi menor do que o G2 (p < 0,05) e que o G3 (p < 0,05), e que não houve diferença entre o G2 e o G3 (p = 0,242). Para a DAI, o G1 foi inferior ao G2 (p = 0,007), mas não houve diferença entre o G1 e o G3 (p = 0,07) ou entre o G2 e o G3 (p = 1,0).
Conclusões: Este estudo mostrou que a carga de treinamento para os titulares é inferior em relação aos não titulares. Isso mostra que possivelmente os treinadores levam em consideração a carga no jogo para ajustar a carga nos treinos. Esta prática pode ser importante para que os atletas titulares, os reservas e os não relacionados estejam no mesmo nível de desempenho físico ao longo da temporada.