Resumo

A literatura tem mostrado que a participação esportiva traz resultados significantes na formação óssea por conta do impacto mecânico. Porém esta situação não se perpetua quando falamos da natação, esporte em que o impacto mecânico é reduzido devido ao meio líquido em que é realizado, tornandoo não benéfico para a saúde óssea. A literatura não apresenta informações suficientes sobre a efetividade de diferentes modelos de treinamento, realizado fora da água (dry-land), tais como o treinamento resistido complementar, sobre o tecido ósseo dos nadadores. OBJETIVO: Comparar a densidade mineral óssea (DMO) de diferentes segmentos corporais de atletas nadadores praticantes e não praticantes de treinamento resistido complementar. MÉTODOS: Foram incluídos adolescentes nadadores de nível competitivo, entre 10 e 18 anos de idade, seguindo como principais critérios de inclusão, não apresentar distúrbios metabólicos ou clínicos que possam influenciar na prática de exercício físico e não realizar o consumo de medicamentos que influenciem no metabolismo ósseo. Ao todo, foram recrutados 234 adolescentes, sendo, 159 meninos e 75 meninas, que foram divididos em três grupos: Grupo Controle, que não realizava prática regular de esportes organizados nem de treinamento resistido (n= 167); Grupo Natação sem treinamento resistido complementar (n= 46); e Grupo Natação com treinamento resistido complementar (n=21). Foram analisados parâmetros de densidade mineral óssea utilizando a técnica de densitometria óssea de dupla energia (DEXA) utilizando o modelo DPX-NT da marca General Eletrics. Também foram analisadas variáveis de ajuste, como maturação biológica, estimada pelo pico de velocidade de crescimento (PVC) e variáveis descritivas como estatura, massa corporal e sexo do indivíduo. A análise estatística se deu por meio de testes descritivos, comparações e análise de relacionamento de variáveis por meio do software SPSS 24.0 RESULTADOS: Após considerados os fatores de confusão como idade, sexo e maturação somática correlacionados os dados de densidade mineral óssea, a única diferença significativa encontrada foi no segmento dos membros superiores [(DMO= 0.003 (IC95%= 0.772 - 0.829)] e apenas ao comparar o grupo controle [(DMO= 0.761 (IC95%= 0.748 - 0.7730] em relação aos grupos de adolescentes nadadores. CONCLUSÃO: Em uma perspectiva transversal não há relação benéfica para o tecido ósseo acerta do treinamento resistido complementar. Entretanto os achados do estudo criam perspectivas para futuros estudos, principalmente envolvendo delineamento longitudinal e com controle sobre a rotina do treinamento resistido complementar.

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