Comparação da Função Autonômica Cardíaca em Relação à Aptidão Cardiorrespiratória em Bombeiros Militares
Por João Paulo Araujo Barbosa (Autor), Kevin Alves Barreto (Autor), Daniel Saint-martin (Autor), Edgard M.k. Von Koenig Soares (Autor), Mayda Castro (Autor), Rosenkranz Maciel Nogueira (Autor), Guilherme E. Molina (Autor), Luiz Guilherme Grossi Porto (Autor).
Em 43º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: A aptidão cardiorrespiratória (ACR) é determinante para a saúde cardiovascular. Devido à elevada demanda física de atividades ocupacionais, recomenda- se que bombeiros tenham uma ACR ≥12 METs para um desempenho laboral com segurança. A função autonômica cardíaca (FAC) quando deprimida está associada a doenças cardiovasculares e ao aumento do risco de morte súbita. O teste de Estresse Ortostático Ativo (EOA) é um método válido, rápido e barato para avaliação da FAC. Espera-se que indivíduos com maior ACR tenham maior responsividade na FAC, porém poucos estudos avaliaram essa questão no ambiente de trabalho do bombeiro. OBJETIVO: Avaliar a associação entre a ACR e a responsividade da FAC entre bombeiros militares em serviço. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional em que foram avaliados 31 bombeiros militares homens. Foram divididos em dois grupos, sendo o G1 (n=13) composto por bombeiros com ACR < 12 METs (idade 39 ± 7 anos, IMC 28,1 ± 2,1 kg/m2) e o G2 (n= 18) por bombeiros com ACR ≥ 12 METs (idade 32 ± 5 anos, IMC 26,2 ± 2,6 kg/m2). Realizou-se o teste de EOA (mudança®postural ativa) imediatamente antes do início do plantão de 24h. A frequência cardíaca (FC) foi continuamente avaliada por meio do Polar V800 . Utilizou-se o questionáriovalidado de Jackson et al (1990) para estimar a ACR. A FAC foi avaliada por meio da velocidade relativa de recuperação da FC ao EOA (FCmáx-FCmín) ⁄ FCmáx) como expressão da reentrada vagal. Após verificação de normalidade (Shapiro-Wilk) e homogeneidade das variâncias (Teste de Levene) foi utilizado o Teste T de Student para as comparaçõesaoníveldep≤0,05.ParatestaradiferençaentregruposdeidadeeIMCfoirealizadootestedeU-MannWhitney(p≤0,05).RESULTADO: Verificou-sequeoG2 apresentou maior responsividade da resposta vagal (FIGURA 1) em comparação ao G1 (< 12 METs). Ressalta-se que os grupos foram diferentes (p < 0,01) para idade. CONCLUSÃO: Observou-se que resposta da FAC dos bombeiros avaliados foi mais eficiente no grupo com melhor ACR, reforçando a importância da adequada ACR para a saúde do bombeiro, visto que melhor responsividade na FAC é um fator protetor ao aparelho cardiovascular. Nossos achados suportam a necessidade de contínuo treinamento físico entre bombeiros com vistas à manutenção de boa aptidão cardiorrespiratória. A diferença de idade entre os grupos é um fator limitante no estudo, porém se justifica em função do caráter observacional deste.