Resumo

INTRODUÇÃO: A aptidão cardiorrespiratória (ACR) é determinante para a saúde cardiovascular. Devido à elevada demanda física de atividades ocupacionais, recomenda- se que bombeiros tenham uma ACR ≥12 METs para um desempenho laboral com segurança. A função autonômica cardíaca (FAC) quando deprimida está associada a doenças cardiovasculares e ao aumento do risco de morte súbita. O teste de Estresse Ortostático Ativo (EOA) é um método válido, rápido e barato para avaliação da FAC. Espera-se que indivíduos com maior ACR tenham maior responsividade na FAC, porém poucos estudos avaliaram essa questão no ambiente de trabalho do bombeiro. OBJETIVO: Avaliar a associação entre a ACR e a responsividade da FAC entre bombeiros militares em serviço. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal, observacional em que foram avaliados 31 bombeiros militares homens. Foram divididos em dois grupos, sendo o G1 (n=13) composto por bombeiros com ACR < 12 METs (idade 39 ± 7 anos, IMC 28,1 ± 2,1 kg/m2) e o G2 (n= 18) por bombeiros com ACR ≥ 12 METs (idade 32 ± 5 anos, IMC 26,2 ± 2,6 kg/m2). Realizou-se o teste de EOA (mudança®postural ativa) imediatamente antes do início do plantão de 24h. A frequência cardíaca (FC) foi continuamente avaliada por meio do Polar V800 . Utilizou-se o questionáriovalidado de Jackson et al (1990) para estimar a ACR. A FAC foi avaliada por meio da velocidade relativa de recuperação da FC ao EOA (FCmáx-FCmín) ⁄ FCmáx) como expressão da reentrada vagal. Após verificação de normalidade (Shapiro-Wilk) e homogeneidade das variâncias (Teste de Levene) foi utilizado o Teste T de Student para as comparaçõesaoníveldep≤0,05.ParatestaradiferençaentregruposdeidadeeIMCfoirealizadootestedeU-MannWhitney(p≤0,05).RESULTADO: Verificou-sequeoG2 apresentou maior responsividade da resposta vagal (FIGURA 1) em comparação ao G1 (< 12 METs). Ressalta-se que os grupos foram diferentes (p < 0,01) para idade. CONCLUSÃO: Observou-se que resposta da FAC dos bombeiros avaliados foi mais eficiente no grupo com melhor ACR, reforçando a importância da adequada ACR para a saúde do bombeiro, visto que melhor responsividade na FAC é um fator protetor ao aparelho cardiovascular. Nossos achados suportam a necessidade de contínuo treinamento físico entre bombeiros com vistas à manutenção de boa aptidão cardiorrespiratória. A diferença de idade entre os grupos é um fator limitante no estudo, porém se justifica em função do caráter observacional deste.

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