Resumo

Introdução: A dor lombar apresenta-se como uma disfunção de etiologia complexa e multidimensional, afetando cerca de 60-80% da população, pelo menos, uma vez na vida. A presença de dor é gerada muitas vezes por alterações biomecânicas e estruturais da região lombar que predispõe a instabilidades e diminuição do controle postural. A plataforma de força é um instrumento confiável capaz de quantificar as oscilações corporais de forma precisa, analisando vetores de forças traduzidas em variáveis do centro de pressão (CoP). Estudos têm sido desenvolvidos objetivando investigar o controle postural em indivíduos com dor lombar, contudo seus resultados são controversos. Objetivos: Avaliar o controle postural de indivíduos com dor lombar crônica comparando-os com um grupo controle e realizar uma análise discriminante afim de detectar quais variáveis do CoP diferenciam os grupos. Método: 65 indivíduos jovens participaram do estudo, sendo 32 compondo o grupo Lombalgia e 33 o grupo Controle. Os participantes foram instruídos a permanecer sobre uma plataforma de força bipodal olho aberto (OA) e bipodal olho fechado (OF), com duração de 30 segundos cada tentativa. As variáveis avaliadas foram: deslocamento da oscilação total (DOT) (cm), velocidade média total (VMT) (cm/s), velocidade média mediolateral (VMml), velocidade média anteroposterior (VMap), amplitude de deslocamento mediolateral (ADml) (cm), amplitude de deslocamento anteroposterior (ADap), dispersão mediolateral (Disp. ml) (cm), dispersão anteroposterior (Disp. ap) e área (cm2). Os valores são apresentados em Mediana (Md) (25-75%). Ainda, duas análises discriminantes foram realizadas a fim de detectar quais variáveis do sinal do CoP seriam capazes de discriminar os grupos. Resultados: O grupo Lombalgia apresentou valores superiores estatisticamente significantes, na condição de OA, para as variáveis: DOT 31,77 (26,39-41,79); Disp. ap 0,48 (0,37-0,54); Disp. ml 0,38 (0,33-0,48); ADml 1,88 (1,73-2,35); VMap 0,67 (0,57-0,85); VMml 0,68 (0,51-0,92); VMT 1,05 (0,87-1,39) e área 3,31 (2,33-4,68); o que representa um maior desequilíbrio desses indivíduos. Diferenças foram encontradas na comparação entre as condições OA e OF. Para o grupo Lombalgia todas as variáveis foram maiores na condição de OF. Já para o grupo Controle as variáveis que apresentaram diferença com significância foram: DOT 38,77 (30,36-45,65); ADml 1,76 (1,42-2,03); ADap 2,16 (1,79-2,86); VMT 1,29 (1,01-1,52) e área 2,4 (2,1-3,34); sendo também maiores na condição de OF. A variável que melhor discrimina o grupo Lombalgia na condição de OA foi o DOT, já para o controle a variável discriminante foi a VMap. Na condição de OF as variáveis discriminantes do grupo Lombalgia foram a Disp. ml e área. Conclusão: Indivíduos com dor lombar apresentam pior desempenho do controle postural do que indivíduos Controle, sendo possível discriminar os grupos por meio das variáveis: deslocamento da oscilação total, velocidade média anteroposterior, dispersão mediolateral e área.

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