Comparação da resposta neuromuscular após protocolo de treinamento de força tradicional e de potência em corredores
Por Gustavo IC Silva (Autor), Júlio CC Martins (Autor), Aiesca C Santos (Autor), Ana Gabrielle C Santos (Autor), Leila F Santos (Autor), Raphael F Souza (Autor).
Resumo
Após estímulo característico de treinamento de força é usualmente esperado dois tipos de resposta: fadiga neuromuscular ou potenciação pós ativação. Observa-se que a respos-ta, entretanto, ocorre com alta variabilidade entre indivíduos e depende do tipo de protocolo utilizado. Corredores, embora tenham constante estímulo mecânico de alongamento-encur-tamento durante as passadas e sejam estimulados ao treinamento combinado de força, pouco são expostos a protocolos de treinamento neuromuscular. Nesse sentido, não é claro qual o efeito agudo desse treinamento nessa população objetivo: Comparar a resposta neuromuscular através do salto com contramovimento (CMJ) entre um protocolo de força tradicional e um de potência. Métodos: Utilizou-se um ensaio clínico randomizado tipo crossover. Corredores amadores foram recrutados (n = 9; Idade: 27,89 ± 7,79 anos; Agachamento RM: 87,56 ± 12 kg). A amostra foi randomizada em protocolo experimental força tradicional (f): 3x4x80%RM ou potência (p): 3x8x40%RM; ambos com 3 minutos de descanso entre as séries. O estudo ocorreu em três etapas separadas por 48 horas. 1: caracterização da amostra e teste de Agachamento RM; 2: CMJpré, protocolo experimental, CMJpós; 3: mante-se o protocolo, inverte-se a condição experimental. Realizou-se uma análise descritiva (média ± desvio padrão), teste de normalida-de Saphiro-Wilk e para comparação do CMJ, utilizou-se uma anova de dois fatores de medidas repetidas [fator tempo(pré/pós) e condição(p/f)]. O nível de significância adotado foi de 0,05. O software utilizado foi o IBM SPSS Statistics (v. 25.0.). Resultados: Para o CMJ (pré: 30,13 ± 5,55 cm; pós: 30,19 ± 6,57 cm e pré: 30,85 ± 5,6 cm; pós: 31,16 ± 7,63 cm; na condição potência e força, respectivamente) não houve efeito significativo para o fator tempo [F (1,8) = 0,4; p = 0,547; ηp2= 0,047], nem efeito da condição [F (1,8) = 0,04; p = 0,846; ηp2 = 0,005], assim como não houve inte-ração significativa entre os fatores [F (1,8) = 0,18; p = 0,897; ηp2 = 0,002]. Conclusão: Protocolos de força e potência não provocaram alterações na resposta neuromuscular em corredores. Tais protocolos, portanto, podem ser utilizados por treinadores e corredores amadores sem que se espere fadiga neuromuscular, embora resultados possam ser individualmente heterogêneos