Resumo

Introdução: O processo de envelhecimento gera mudanças que afetam o meio psíquico, social e físico influenciando negativamente a qualidade de vida, saúde e independência do idoso. Com grande prevalência na terceira idade, a depressão é um transtorno de humor envolvendo tristeza, alterações de peso, fadiga, prejuízo cognitivo e dificuldades de memória e atenção. Sabe-se que o exercício físico gera benefícios nos âmbitos motores, psicológicos e sociais, principalmente para a população idosa. Por outro lado, idosos sedentários estão mais suscetíveis aos prejuízos do envelhecimento, uma vez que não praticam nenhum tipo de exercício físico. Objetivo: Comparar os níveis de depressão, memória de curto prazo e habilidade visuoespacial entre idosas sedentárias e praticantes de treinamento resistido. Materiais e Métodos: Participaram deste estudo 40 idosas, que foram divididas em 2 grupos: Treinamento Resistido (TR) (n=20; idade média 65,7±6) e Sedentárias (SD) (n=20; idade média 72±6). Para participação no estudo, as voluntárias deveriam estar praticando TR ou estar SD por um período mínimo de 3 meses. Os instrumentos de coleta utilizados foram: Escala Geriátrica de Depressão, para avaliação do nível de depressão; Teste dos Polígonos, para avaliação da habilidade visuoespacial e; Teste de Rotação, para avaliação da memória de curto prazo. Resultados: Foi encontrada diferença significativa entre TR e SD apenas nos níveis de depressão (p=0,003) e memória (p=0,009). Não houve diferença na atenção entre os grupos (p=0,482). A diferença nos níveis de depressão pode estar associada ao diferente nível de convívio social do grupo TR e SD, uma vez que praticantes de exercício físico estão sempre em contato social, além dos efeitos bioquímicos hormonais positivos decorrentes do exercício. A memória pode estar associada às instruções dadas aos idosos dentro da sala de musculação, tendo em vista que os voluntários foram estimulados a memorizar a sequência de exercícios e a função de cada aparelho. Acredita-se que não foi encontrada diferença nos níveis de habilidade visuoespacial, uma vez que não são necessárias atividades mentais complexas durante a pratica de treinamento resistido. Conclusão: Idosas praticantes de treinamento resistido apresentam menores níveis de depressão e maiores níveis de memória de curto prazo quando comparadas a idosas sedentárias. Não há diferença na habilidade visuoespacial entre idosas praticantes de treinamento resistido e sedentárias. 

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