Comparação de diferentes métodos da carga interna de trabalho no treinamento funcional de alta intensidade

A carga interna de trabalho (CIT) é uma variável importante para a prescrição e monitoramento do treinamento. A CIT pode ser determinada pela avaliação dos limiares ventilatórios (LV), frequência cardíaca (FC) ou percepção subjetiva de esforço (PSE). A CIT está bem consolidada para exercícios aeróbicos contínuos, entretanto, pouco se sabe sobre a CIT no treinamento funcional de alta intensidade (TFAI). OBJETIVO: Analisar três diferentes métodos de determinação da CIT em uma sessão de TFAI. MÉTODOS: 21 homens (26,4±4,1 anos; 79,9±8,4 kg; 1,77±0,10 m; 25,5±1,9 kg/m2 ; 67,3±6,8 ml/kg/min) participaram do estudo, realizado em três dias distintos, separados por 24 a 72 horas. No dia 1, os participantes realizaram um teste de exercício cardiorrespiratório em esteira para determinação dos LV. No dia 2, os participantes realizaram uma sessão de TFAI de 20 minutos. A sessão de TFAI foi constituída pelos seguintes exercícios: 5 pull-ups, 10 push-ups e 15 air squats. No dia 3, os participantes realizaram em esteira um treinamento contínuo de alta intensidade (TCAI) na mesma frequência cardíaca média do TFAI. Em ambas as sessões de exercício, foram coletados: FC, concentração de lactato [Lac] e percepção subjetiva de esforço por meio da escala de Borg (6-20). A CIT foi determinada pelos métodos de Edwards, TRIMP de Lucia et al. e sessão-PSE (sPSE). Foram utilizados os testes de Shapiro Wilk, Wilcoxon e Friedman seguido do post hoc de Bonferroni. Foi adotado p<0,05 para todas as análises. RESULTADOS: Não houve diferença significante na CIT entre as sessões nos métodos de Edwards (TFAI: 96 [8,1] UA; TCAI: 98 [13] UA, p=0,164) e Lucía et al. [16] (TFAI: 51 [13] TRIMP; TCAI: 53 [14] TRIMP, p=0,316). No entanto, houve diferença significante no método s-PSE (TFAI: 330 [38] UA; TCAI: 300 [65] UA, p=0,036). A maior FC obtida na sessão de TFAI (187,1±9,1 bpm) foi estatisticamente diferente (p<0,001) da maior FC obtida no TCAI (177,9±8,5 bpm). Houve aumento da [Lac] nos tempos Pós (6,8 [4,4] mmol/L), 5 min (5 [3,6] mmol/L) e 10 min (6,8 [4,9] mmol/L) em relação ao Pré (1,7 [1,1] mmol/L) no TFAI (p<0,05) e ainda diferenças entre os tempos Pós (TFAI: Pós: 6,8 [4,4] mmol/L; TCAI: 3,2 [1,9] mmol/L; p=0,021) e 10 min (TFAI: Pós: 6,8 [4,9] mmol/L; TCAI: 2,9 [2,4] mmol/L; p=0,003) entre as sessões. CONCLUSÃO: Os resultados sugerem o método s-PSE como adequado para determinar e monitorar a CIT no TFAI, ao menos em treinos com características semelhantes ao estudado.

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