Resumo

A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma ferramenta que possibilita estudar a ação do sistema nervoso autônomo (SNA) sobre o miocárdio em diferentes condições fisiológicas e patológicas como, por exemplo, a hipertensão arterial sistêmica (HAS). Indivíduos hipertensos apresentam uma VFC reduzida comparado a normotensos, e isso que pode aumentar a mortalidade cardíaca na hipertensão arterial. A partir da análise da VFC podem-se evidenciar diferenças de atividade simpatovagal entre pessoas hipertensas e normotensas em condição de repouso, entretanto pouco se sabe quanto ao comportamento da VFC pós exercício nessa população. Deste modo o objetivo do estudo foi comparar a variabilidade da frequência cardíaca em indivíduos normotensos e hipertensos imediatamente após uma sessão de exercício isométrico. Foram selecionados 14 voluntários 7 hipertensos com (média de idade 38 ±5 anos; estatura 171 ±7cm; peso 80 ±26kg; IMC 26 ±6kg/m2) e 7 normotensos com (média de idade 37 ±11 anos; estatura 171 ±14cm; peso 72 ±10kg; IMC 24 ±2kg/m2) dados estes, utilizados para caracterização da amostra. Por conseguinte, os sujeitos foram submetidos a duas sessões de exercícios isométricos (EI) nos equipamentos Leg press 45º e supino. A primeira sessão foi para determinar a contração voluntária isométrica máxima (CVIM), após isso os participantes foram submetidos a uma sessão de EI, constituída por quatro contrações de 1’ e 2' de intervalo de recuperação entre as contrações, sendo realizada numa intensidade de 30% da CVIM. Para análise das respostas autonômicas foi utilizado um monitor cardíaco (Polar, RS800CX, Finlândia), e uma faixa de 3 minutos após a sessão de exercício foi utilizada para analisar a VFC. Todos os dados serão expressos em média e desvio padrão. Foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk para verificar normalidade dos dados, em seguida foi utilizado um Teste T, e todas as análises foram feitas utilizando o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 20.0 (IBM, EUA). Os índices de VFC que reportam a ação do SNA sobre o coração no momento pós exercício isométrico avaliado entre os indivíduos hipertensos e normotensos, não foram diferentes significativamente (p <0,05). Contudo, não foi possível identificar se os valores VFC nos indivíduos hipertensos comparado aos normotensos imediatamente após o exercício isométrico apresentam-se diminuídos, como já havia sido observado em repouso, no entanto, as médias foram diferentes mas não significativas, apontando uma menor VFC para os indivíduos hipertensos comparados aos normotensos. Uma limitação que pode ter interferido nos resultados apresentados é a pequena amostra estudada, sendo interessante uma maior amostra para os próximos estudos.

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