Resumo

INTRODUÇÃO: embora o Giro no Eixo seja amplamente utilizado em competições de Zouk Brasileiro e Salsa, o conhecimento sobre este movimento é empírico. Em decorrência disso, pouco se conhece sobre os ajustes que a bailarina realiza em seu movimento para a manutenção deste. OBJETIVO: comparar o deslocamento no eixo vertical do centro articular da mão, do cotovelo e do marcador da tuberosidade da tíbia entre as posições de coupé e passé, associando-as à amplitude articular do cotovelo direito e do joelho esquerdo. MATERIAIS E MÉTODOS: uma bailarina profissional de Zouk Brasileiro (32 anos; 1,65 m; 56,4 kg) foi instrumentada com 57 marcadores reflexivos, de acordo com o marker set Biomech. Acompanhada por seu parceiro de dança, foi realizado o movimento nas posições de coupé e passé. O membro inferior esquerdo da bailarina foi usado como suporte. Em ambas as posições, o pescoço dela se manteve rotacionado em direção ao ombro esquerdo e levemente flexionado. O giro foi impulsionado pelo bailarino no sentido anti-horário através do braço direito da bailarina e não houve controle sobre o número de voltas ou velocidade. Os movimentos foram gravados por 18 cãmeras (Prime 13, 240 Hz), utilizando o sistema OptiTrack e o software Motive. Os dados foram processados no software Visual 3D (versão 5.02.11). Para análise, foi selecionado um movimento de Giro no Eixo, composto por cinco voltas completas (1.800°) realizadas em sequência. A amplitude das 5 voltas foi calculada para cada variável. RESULTADOS: a média de deslocamento no eixo vertical do marcador localizado na tíbia esquerda foi de 0,02 m e 0,03 m enquanto a variação da amplitude articular na articulação do joelho foi de 23,55° e 2,61° para as posições de coupé e passé, respectivamente. O centro articular da mão direita variou 0,10 m e 0,09 m enquanto o centro articular do cotovelo variou 0,17 m e 0,14 m para as posições coupé e passé. A amplitude da articulação do cotovelo direito foi de 11,51° na posição de coupé e 6,51° em passé (TABELAI). CONCLUSÕES: os resultados sugerem que os ajustes realizados pela bailarina na fase de manutenção do movimento ocorrem de forma mais acentuada no membro superior e na posição de coupé, demonstrando que a bailarina apresenta estratégias diferentes para os membros inferiores e superiores na realização dos giros. Sugere-se a replicação deste piloto com um número maior de participantes para que os resultados possam auxiliar no treinamento dos bailarinos. 

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