Resumo

A incidência de quedas tem sido amplamente associada ao declínio físico e cognitivo provocando sérias consequências como lesões, medo, perda de mobilidade e independência. No entanto, o medo de cair apresenta ser tão prejudicial quanto as múltiplas quedas, pois a percepção emocional sobre o medo de cair afeta diretamente a forma que o idoso irá conduzir suas atividades no dia a dia. OBJETIVO: Comparar e associar variáveis cognitivas, indicadores de saúde e aptidão física de idosas com diferentes status de quedas e medo de cair. MÉTODOS: Cento e trinta idosas fisicamente independentes (70,2 ± 7,0 anos), foram divididas para uma primeira análise em dois grupos pelo histórico de quedas nos últimos 12 meses, e para uma segunda análise em dois grupos pelo medo de cair de acordo com o escore da Escala Internacional de Eficácia de Quedas. Foram analisadas variáveis socioeconômicas, indicadores de saúde: índice de comorbidade de Chalson, Escala de depressão geriátrica, questionário SARC-F e Escala de fragilidade de Edmonton (EFS). Desempenho cognitivo pela Avaliação cognitiva de Montreal (MoCA). Desempenho funcional pelos testes: velocidade de marcha de quatro metros, agilidade e equilíbrio dinâmico (AAHPERD), força de preensão palmar mediante dinamômetro manual, sentar e levantar da cadeira em 5 repetições, caminhada de seis minutos e máximo do torque da extensão e flexão do joelho. E por fim, avaliação do índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: O grupo com ocorrência de quedas apresentou maior pontuação para o índice de comorbidade, sarcopenia e fragilidade, e pior desempenho cognitivo (p<0,05) e funcional no teste de agilidade em relação ao grupo sem ocorrência de quedas (p=0,048). O grupo com alto medo de cair também apresentou maior pontuação para sarcopenia e fragilidade (p<0,05) e pior desempenho no teste de agilidade (p=0,009) em relação ao grupo com baixo medo de cair. As variáveis que apresentaram maiores associações com as quedas foram SARC-F (OR=2,15) e o EFS (OR=1,58), e para o medo de cair SARC-F (OR=4,04), EFS (OR=2,83) e IMC (OR=1,71). Trinta e oito por cento das idosas de ambos os grupos possuem medo de cair e não sofreram quedas nos últimos 12 meses. CONCLUSÃO: Apesar das idosas não serem classificadas como sarcopênicas e frágeis, os resultados mostraram que as idosas com ocorrência de quedas e alto medo de cair estão vulneráveis a esses fatores, que podem progredir ao longo do tempo aumentando o risco de quedas e medo de cair.

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