Comparação de variáveis cognitivas, aptidão física e indicadores de saúde de idosas com e sem ocorrência de quedas e medo de cair
Por Andrea San Martin Santantonio (Autor), Amanda Vido (Autor), Mario Molari (Autor), Natali Maciel Folster (Autor), Walquiria Batista Andrade (Autor), Wanilson Glatz (Autor).
Em IX Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
A incidência de quedas tem sido amplamente associada ao declínio físico e cognitivo provocando sérias consequências como lesões, medo, perda de mobilidade e independência. No entanto, o medo de cair apresenta ser tão prejudicial quanto as múltiplas quedas, pois a percepção emocional sobre o medo de cair afeta diretamente a forma que o idoso irá conduzir suas atividades no dia a dia. OBJETIVO: Comparar e associar variáveis cognitivas, indicadores de saúde e aptidão física de idosas com diferentes status de quedas e medo de cair. MÉTODOS: Cento e trinta idosas fisicamente independentes (70,2 ± 7,0 anos), foram divididas para uma primeira análise em dois grupos pelo histórico de quedas nos últimos 12 meses, e para uma segunda análise em dois grupos pelo medo de cair de acordo com o escore da Escala Internacional de Eficácia de Quedas. Foram analisadas variáveis socioeconômicas, indicadores de saúde: índice de comorbidade de Chalson, Escala de depressão geriátrica, questionário SARC-F e Escala de fragilidade de Edmonton (EFS). Desempenho cognitivo pela Avaliação cognitiva de Montreal (MoCA). Desempenho funcional pelos testes: velocidade de marcha de quatro metros, agilidade e equilíbrio dinâmico (AAHPERD), força de preensão palmar mediante dinamômetro manual, sentar e levantar da cadeira em 5 repetições, caminhada de seis minutos e máximo do torque da extensão e flexão do joelho. E por fim, avaliação do índice de massa corporal (IMC). RESULTADOS: O grupo com ocorrência de quedas apresentou maior pontuação para o índice de comorbidade, sarcopenia e fragilidade, e pior desempenho cognitivo (p<0,05) e funcional no teste de agilidade em relação ao grupo sem ocorrência de quedas (p=0,048). O grupo com alto medo de cair também apresentou maior pontuação para sarcopenia e fragilidade (p<0,05) e pior desempenho no teste de agilidade (p=0,009) em relação ao grupo com baixo medo de cair. As variáveis que apresentaram maiores associações com as quedas foram SARC-F (OR=2,15) e o EFS (OR=1,58), e para o medo de cair SARC-F (OR=4,04), EFS (OR=2,83) e IMC (OR=1,71). Trinta e oito por cento das idosas de ambos os grupos possuem medo de cair e não sofreram quedas nos últimos 12 meses. CONCLUSÃO: Apesar das idosas não serem classificadas como sarcopênicas e frágeis, os resultados mostraram que as idosas com ocorrência de quedas e alto medo de cair estão vulneráveis a esses fatores, que podem progredir ao longo do tempo aumentando o risco de quedas e medo de cair.