Resumo

O alcance de níveis de excelência no esporte é dependente da regulação cerebral integrada entre o controle motor e a capacidade cognitiva. Estudos recentes sugerem que essa adaptação neural em praticantes experientes de artes marciais pode promover desempenho superior quando comparados à atletas amadores, no entanto, pouco se sabe quanto a localização dessas diferenças e as respectivas respostas eletrofisiológicas em judocas. O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho cognitivo e o comportamento eletrofisiológico de praticantes de judô com diferentes níveis de experiência. Foram recrutados 16 faixas pretas (26,5 ± 7,9 anos; 172,2 ± 8,1 cm; 69,3 ± 18,9 kg; 43,5 ± 3,8 ml/kg/min) e 18 faixas brancas (25,2 ± 5,8 anos; 172 ± 8 cm; 63,7 ± 13 kg; 40,71 ± 1,8 ml/kg/min) para amostra do estudo. Os participantes realizaram Stroop Test acompanhado de mensuração eletroencefalográfica por 64 eletrodos ativos, medidas antropométricas e testes de potência aeróbica geral e específica da modalidade. Analise algorítmica encontrou ativação nos lobos frontal, parietal e occipital para ambos os grupos. O teste t Student identificou diferenças significativas (p < 0,05) entre os grupos na ativação da área em todos os corteses durante estímulos congruentes e incongruentes, apesar de não haver diferenças no tempo de reação e número de erros do teste. Nossos achados mostram que praticantes de judô com mais experiências, durante a realização de teste cognitivo apresentam menor amplitude de onda eletroencefalográfica nos corteses pré-frontal anterior e cingulado posterior, acompanhados de maior amplitude de de-sincronização neural. Dessa forma, é possível concluir que praticantes de judô com expertise na luta apresentam, de fato, um comportamento neuronal potencialmente mais sofisticados comparados a lutadores iniciantes, quando submetidos a teste com demanda cognitiva atencional.

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