Resumo

A doença de Parkinson (DP) é uma patologia neurodegenerativa progressiva, idiopática é caracterizada pela perda seletiva de neurônios dopaminérgicos, localizados na substância negra do mesencéfalo, acometendo principalmente idosos. Objetivo: Analisar o desempenho e qualidade muscular dos extensores de joelhos de indivíduos com doença de Parkinson (GP) e compará-los a indivíduos neurologicamente estáveis (GNP). Métodos: Trinta e quatro indivíduos, do sexo masculino, foram avaliados, sendo 17 com DP (63,66 ± 8,06 anos; 169,91 ± 9,30 cm; 77,62 ± 16,13 kg) e 17 sem a DP (61,39 ± 4,36 anos; 173,55 ± 8,12 cm; 82,93 ± 15,53 kg). A força muscular foi avaliada através do pico de torque (PT) isométrico e isocinético em duas velocidades distintas (60 e 240º/s) em ambas as pernas. Também foram avaliados o trabalho total (TT) e índice de fadiga (IF) durante a execução de uma série de 30 repetições máximas na velocidade de 120º/s. Para a qualidade muscular, utilizou-se os parâmetros de Echo intensity (EI), espessura muscular (EM) e Torque Específico (TE), medidas por meio do ultrassom. Foi utilizada a Two-Way Mixed ANOVA 2 X 2 para verificar a interação entre Grupos (GP vs GNP X Forte vs Fraco) e um ANOVA univariada para verificar a significância entre as diferenças encontradas. Resultados: Foi demonstrado uma diferença expressiva (p > 0,05) no pico de torque realizado em maior velocidade (PT240º/s). Não houve interação estatisticamente significativa nas demais variáveis analisadas, tais como pico de torque isométrico, trabalho total, índice de fadiga, espessura muscular, echo intensity e torque específico. Conclusão: Os resultados do presente estudo demonstram que o déficit central parece ser o fator mais importante na manifestação dos sintomas motores observados em indivíduos com doença de Parkinson em estado inicial, uma vez que que não foram identificadas alterações periféricas, tais como diminuição da espessura muscular ou piora na qualidade do tecido. No estágio inicial da doença a maior perda está relacionada à execução da força em alta velocidade, já que apenas na variável PT240º/s se observou diferença entre os grupos Parkinson e não Parkinson.

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