Resumo

Resumo: O objetivo deste estudo foi comparar o desempenho motor de crianças matriculadas em escolas públicas de tempo integral e parcial. Neste estudo, de característica causal comparativo, participaram 159 crianças (77 ensino parcial e 82 ensino integral) de ambos os sexos, com 7 e 8 anos de idade, matriculadas no 3º. ano do Ensino Fundamental de quatro escolas públicas da Rede Municipal de Ensino de Maringá-PR. Como instrumentos de medida foram utilizados o Teste de Desenvolvimento Motor Grosso-2 (TGMD-2) e a Bateria de Avaliação do Movimento para Crianças-2 (MABC-2). A coleta de dados ocorreu no primeiro semestre de 2012 nas próprias escolas em que cada criança estudava, onde foram avaliadas de acordo com os protocolos dos testes. Para análise dos dados quantitativos foi utilizada estatística descritiva, o teste de normalidade Kolgomorov-Smirnov, e o Teste U de Mann Whitney, adotada significância de P≤0,05. Os resultados evidenciaram que a dificuldade de movimento significativa foi mais evidente em crianças de escolas públicas de tempo integral, em que o índice de DCD foi de 2,5% e em risco de dificuldade foi de 19,5%. Dentre as crianças de escolas públicas de tempo parcial, nenhuma foi diagnosticada com DCD e 14,3% evidenciaram risco de dificuldade de movimento. O desempenho motor na MABC-2 de crianças de escolas de tempo parcial foi superior em comparação ao desempenho das crianças de escolas de tempo integral (p=0,030). Diferenças foram verificadas na habilidade motora de lançar e receber (p=0,020) e nas tarefas de lançar um saco de feijão no tapete (p=0,016) e pular em tapetes (0,041). No TGMD-2 verificou-se que 92,2% das crianças de escola de tempo parcial tiveram desempenho motor aquém da média proposta pelo teste. Dentre as crianças de escola de tempo integral este percentual foi de 85,3%. No entanto, o percentual de crianças de escola de tempo integral identificadas com desenvolvimento motor considerado muito pobre foi 19,5%, em crianças de escola de tempo parcial foi de 9,1%. Em ambos os grupos nenhuma criança atingiu desempenho motor acima da média, superior ou muito superior, corroborando com outros estudos realizados com crianças brasileiras. Não houve diferença no desempenho motor geral no TGMD-2 das crianças de escolas de tempo parcial em comparação ao desempenho das crianças de escolas de tempo integral. Notou-se diferença significativa apenas na habilidade motora de rebater (p = 0,008), na qual as crianças das escolas de tempo parcial foram superiores, e na habilidade de quicar (p= 0,000), na qual as crianças das escolas de tempo integral foram melhores. Conclui-se que crianças de escolas públicas de tempo integral não apresentaram desempenho motor superior quando comparadas as crianças de escolas públicas de tempo parcial, sugerindo que o turno escolar extra e suas atividades complementares não estão sendo suficientes para melhorar o desenvolvimento motor dessas crianças. Enfim, dirigentes e educadores devem se articular para organizar e implantar as ações necessárias para o sucesso destes programas

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