Comparação do pico de flexão do joelho na marcha humana entre as condições descalça e com uso do tênis: um estudo piloto

Estudos buscam compreender os parâmetros envolvidos na marcha humana, em diversas situações, incluindo o uso de calçados esportivos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi analisar o pico máximo de flexão do joelho na fase de balanço da marcha executada na condição descalça e com tênis de diferentes alturas. MÉTODOS: Este estudo piloto de caráter descritivo foi realizado com uma participante de 30 anos (1,67 m; 53,0 kg). Cinco marcadores retrorefletivos (24mm) foram posicionados nos seguintes pontos anatômicos: trocânter maior, cabeça da fíbula, maléolo lateral, calcanhar e segundo metatarso, para representar o modelo biomecânico anatômico do membro inferior. As medidas das alturas dos tênis foram obtidas mensurando a diferença entre a espessura da sola da região do calcanhar e a sola da região do ante pé. Para análise biomecânica foram registrados 6 ciclos de marcha nas condições: descalça e com dois tênis de diferentes alturas (6mm e 10mm) através do método de cinemetria. As filmagens foram obtidas utilizando uma câmera digital (60 Hz), posicionada no sentido longitudinal (4,46m) do ambiente de coleta. As coordenadas 2D desses marcadores foram obtidas com o auxílio do software Dvideow®. Os ângulos articulares do joelho e a identificação do pico máximo foram calculados através de codificação implementada em ambiente Matlab®. Após serem submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk, os dados foram comparados por Anova one-way com pós teste de Tukey através do programa GraphPad Prism 9®. O nível de significância adotado foi de p≤0.05. RESULTADOS: Em relação ao pico máximo do joelho, os dados mostram aumento desta variável no uso de tênis com altura de 10mm em relação a condição descalça (p=0.0044), além disso, na comparação entre os tênis, observa-se redução do pico máximo no tênis com altura de 6mm em relação ao de 10 mm (p=0.0060). CONCLUSÃO: Podemos concluir que a utilização de diferentes alturas de tênis pode influenciar o comportamento angular do joelho em relação a condição descalça. Dentre as alturas de tênis estudadas, a de 6mm assemelhou-se à marcha descalça