Resumo

O Exército Brasileiro (EB) submete seus quadros, três vezes por ano, a um Teste de Avaliação Física (TAF), a fim de verificar o padrão de desempenho físico individual. A flexão de braços na barra fixa (FBBF), uma das provas do TAF, avalia as qualidades físicas de força e de resistência muscular localizada de membros superiores (Brasil, 1997) e tem sido uma das causas dos resultados de insuficiência do TAF. O objetivo deste estudo foi comparar o método de séries múltiplas com o método piramidal decrescente de treinamento neuromuscular, específicos para a flexão na barra fixa. Participaram do estudo 58 militares do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR-RJ), fisicamente ativos, do sexo masculino. Foi realizado um pré-teste de repetições máximas de FBBF com toda a amostra. Com base na performance, os indivíduos foram divididos, de forma intencional e estratificada, em dois grupos homogêneos, conforme o teste de Levene (F = 0, 58, para p = 0,45). O primeiro grupo, séries múltiplas (GS), com idade de 18,29 ± 0,53 anos, massa corporal de 62,85 ± 8,18 Kg, estatura de 1,72 ± 0,07 m e percentual de gordura (G%) de 8,72 ± 3,78 %, realizou o treinamento, que consistiu na realização de três séries a 75% do número de repetições obtidas no pré-teste, arredondados para baixo, apresentando o resultado do pré-teste de 6,00 ± 1,76 repetições. O segundo grupo, piramidal decrescente (GD), com idade de 18,53 ± 0,78 anos, massa corporal de 63,62 ± 9,22 Kg, estatura de 1,72 ± 0,06 m e percentual de gordura (G%) de 7,43 ± 4,27 %, realizou o treinamento decrescente, com três séries a 90, 75 e 60%, respectivamente, das repetições alcançadas no pré-teste, arredondados para baixo, apresentando resultado de 5,96 ± 1,77 repetições. Em ambos os casos, a densidade corporal foi avaliada pelo protocolo de três dobras cutâneas (Jackson & Pollock, 1978) e o percentual de gordura (G%) calculado pela Equação de Siri (1961). O intervalo entre as séries, em ambos os grupos, foi de dois minutos. Os treinamentos foram realizados três vezes por semana. Após a terceira semana de trabalho, foi realizado um teste intermediário, nas mesmas condições anteriores, a fim de realizar a sobrecarga, baseada na nova performance. Após a sétima semana de treinamento, foi realizado o pósteste, em condições idênticas ao pré-teste, com resultado de 10,06 ± 2,65 para o GS e de 10,35 ± 2,28 para o GD. Foi utilizado o teste estatístico ANOVA two way, que apresentou diferenças significativas entre os grupos (F = 37,29, para p = 0,00). Utilizou-se o teste de Tukey para constatar entre quais grupos foi verificada a diferença. Verificou-se que entre os pré e pós-testes, intragrupos, houve diferença significativa (p = 0,00) e, entre os pós testes, inter-grupos, não houve diferença significativa (p = 0,956). Os métodos de treinamento neuromusculares aplicados mostraram-se eficazes, em relação ao pré-teste, para a amostra considerada, não apresentando diferença significativa entre os grupos de estudo no pós-teste. Sugere-se a inclusão de tais métodos no Manual de Treinamento Físico Militar (C 20-20), como atividade complementar ao treinamento neuromuscular, visando a melhor performance na FBBF do TAF. Palavras Chaves: Condicionamento Físico, Militares, Teste de Avaliação Física.

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