ComparaÇÃo de Dois MÉtodos de Treinamento Neuromusculares, EspecÍficos Para FlexÃo na Barra Fixa
Por Edson Aita (Autor), Roberto Rodrigues Gomes Júnior (Autor), Guilherme Faria da Silva (Autor).
Em Revista de Educação Física - Centro de Capacitação Física do Exército, n 130, 2005. Da página 7 a 14
Resumo
O Exército Brasileiro (EB) submete seus quadros, três vezes por ano, a um Teste de Avaliação Física (TAF), a fim de verificar o padrão de desempenho físico individual. A flexão de braços na barra fixa (FBBF), uma das provas do TAF, avalia as qualidades físicas de força e de resistência muscular localizada de membros superiores (Brasil, 1997) e tem sido uma das causas dos resultados de insuficiência do TAF. O objetivo deste estudo foi comparar o método de séries múltiplas com o método piramidal decrescente de treinamento neuromuscular, específicos para a flexão na barra fixa. Participaram do estudo 58 militares do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Rio de Janeiro (CPOR-RJ), fisicamente ativos, do sexo masculino. Foi realizado um pré-teste de repetições máximas de FBBF com toda a amostra. Com base na performance, os indivíduos foram divididos, de forma intencional e estratificada, em dois grupos homogêneos, conforme o teste de Levene (F = 0, 58, para p = 0,45). O primeiro grupo, séries múltiplas (GS), com idade de 18,29 ± 0,53 anos, massa corporal de 62,85 ± 8,18 Kg, estatura de 1,72 ± 0,07 m e percentual de gordura (G%) de 8,72 ± 3,78 %, realizou o treinamento, que consistiu na realização de três séries a 75% do número de repetições obtidas no pré-teste, arredondados para baixo, apresentando o resultado do pré-teste de 6,00 ± 1,76 repetições. O segundo grupo, piramidal decrescente (GD), com idade de 18,53 ± 0,78 anos, massa corporal de 63,62 ± 9,22 Kg, estatura de 1,72 ± 0,06 m e percentual de gordura (G%) de 7,43 ± 4,27 %, realizou o treinamento decrescente, com três séries a 90, 75 e 60%, respectivamente, das repetições alcançadas no pré-teste, arredondados para baixo, apresentando resultado de 5,96 ± 1,77 repetições. Em ambos os casos, a densidade corporal foi avaliada pelo protocolo de três dobras cutâneas (Jackson & Pollock, 1978) e o percentual de gordura (G%) calculado pela Equação de Siri (1961). O intervalo entre as séries, em ambos os grupos, foi de dois minutos. Os treinamentos foram realizados três vezes por semana. Após a terceira semana de trabalho, foi realizado um teste intermediário, nas mesmas condições anteriores, a fim de realizar a sobrecarga, baseada na nova performance. Após a sétima semana de treinamento, foi realizado o pósteste, em condições idênticas ao pré-teste, com resultado de 10,06 ± 2,65 para o GS e de 10,35 ± 2,28 para o GD. Foi utilizado o teste estatístico ANOVA two way, que apresentou diferenças significativas entre os grupos (F = 37,29, para p = 0,00). Utilizou-se o teste de Tukey para constatar entre quais grupos foi verificada a diferença. Verificou-se que entre os pré e pós-testes, intragrupos, houve diferença significativa (p = 0,00) e, entre os pós testes, inter-grupos, não houve diferença significativa (p = 0,956). Os métodos de treinamento neuromusculares aplicados mostraram-se eficazes, em relação ao pré-teste, para a amostra considerada, não apresentando diferença significativa entre os grupos de estudo no pós-teste. Sugere-se a inclusão de tais métodos no Manual de Treinamento Físico Militar (C 20-20), como atividade complementar ao treinamento neuromuscular, visando a melhor performance na FBBF do TAF. Palavras Chaves: Condicionamento Físico, Militares, Teste de Avaliação Física.