Resumo
Alterações no sistema neuromuscular decorrentes do envelhecimento podem resultar em redução da força e potência muscular. Adicionalmente, o sistema de controle postural também é afetado pelo processo natural de envelhecimento. Redução da acuidade visual, da audição, distúrbios vestibulares, redução proprioceptiva e aumento do tempo de reação podem acentuar problemas de equilíbrio. Este conjunto de alterações compromete a funcionalidade e a mobilidade do idoso. O exercício físico regular tem sido uma das principais formas de intervenção para manter ou recuperar a função muscular, o equilíbrio e a funcionalidade em idosos. O estudo visou determinar os efeitos de um programa de hidroginástica sobre a função muscular, equilíbrio e funcionalidade de idosas e compará-los aos efeitos derivados de um programa de treinamento de força muscular. Participaram 52 mulheres com idade entre 60 a 73 anos, distribuídas em três grupos: grupo de hidroginástica (GHG; n=20), grupo de força (GFT; n=16) e grupo controle (GC; n=16). As participantes tiveram a função muscular (força muscular dinâmica [1RM], o pico [MCIVB] e a taxa de desenvolvimento de torque [TDT] de membros inferiores) o controle postural (equilíbrio sem perturbação e equilíbrio dinâmico) a funcionalidade (desempenho em testes funcionais) e a mobilidade (análise cinemática da marcha) analisadas antes (pré) e após o treinamento (pós). Os treinamentos tiveram duração de 60 minutos, realizados três vezes por semana durante 12 semanas. O programa de hidroginástica compreendeu exercícios aeróbios e exercícios para membros inferiores. O treinamento de força foi realizado com 2 a 3 séries de 8 repetições com intensidade de 12 a 8 repetições máximas (RM). Ambos os programas de treinamento melhoraram a força e o pico de torque, porém apenas as ações musculares rápidas com uso de equipamentos resistivos realizadas pelo GHG foram efetivas para o aumento da TDT. Os dois tipos de treinamento foram inespecíficos para melhorar o equilíbrio na posição ereta sem perturbação. As ações realizadas no treinamento resultaram em melhora do equilíbrio dinâmico no GHG. As adaptações obtidas pelo treinamento resultaram em melhora da funcionalidade apenas no GHG. Os dois protocolos de treinamento não modificaram os parâmetros cinemáticos da marcha em velocidade usual, apesar da melhora da função muscular. Com base nos achados deste estudo é possível concluir que o programa de treinamento de hidroginástica pode ser uma alternativa eficaz para a melhora da função muscular, do equilíbrio dinâmico e da funcionalidade de idosas.