Resumo

A incidência do Diabetes Mellittus apresenta-se crescente no mundo todo, principalmente, devido à mudança no estilo de vida. A atividade física associada à alimentação balanceada é o tratamento mais indicado para o controle do diabetes, porém ainda há divergências nas recomendações e evidências científicas sobre a prescrição do exercício para indivíduos diabéticos. Esta pesquisa teve como objetivo comparar os efeitos fisiológicos do treinamento em esteira e do treinamento resistido na intensidade do limiar anaeróbio em indivíduos diabéticos tipo 2, com ênfase na monitorização contínua da glicose. Para isso, três grupos de diabéticos tipo 2 foram selecionados: um grupo foi submetido à seis semanas de treinamento em esteira na intensidade do limiar anaeróbio (18 sessões de 30 minutos), um grupo foi submetido à seis semanas de treinamento resistido na intensidade do limiar anaeróbio (10 sessões de seis exercícios) e um grupo foi controle. Foram analisadas as seguintes variáveis antes e após a intervenção: hemoglobina glicada, glicemia de jejum, frutosamina, cinética da glicose intersticial monitorizada continuamente, colesterol, triglicérides, intensidade do limiar anaeróbio em esteira, intensidade máxima do teste ergoespirométrico, consumo de oxigênio na intensidade do limiar anaeróbio, consumo máximo de oxigênio e volume do teste de fadiga. Também foram verificadas a frequência cardíaca, a percepção subjetiva do esforço e a glicemia casual antes, durante e após as sessões de treinamento. Foram encontradas diminuições significativas nas concentrações da glicemia de jejum e de frutosamina após o treinamento em esteira, diminuições significativas nas concentrações de triglicérides após o treinamento resistido e reduções significativas nos níveis de colesterol dos dois grupos de treinamento. O consumo de oxigênio na intensidade do limiar anaeróbio, bem como a intensidade do mesmo, aumentaram significativamente no grupo que treinou em esteira e o volume do teste de fadiga apresentou-se maior após os dois protocolos de treinamento. As médias das diferenças da frequência cardíaca e da percepção subjetiva do esforço iniciais e finais nas sessões de treinamento demonstram-se maiores no grupo de treinamento em esteira e as médias das diferenças entre a glicemia casual antes e após as sessões de treinamento apresentaram-se iguais para os dois grupos de treinamento. Não foram encontradas reduções significativas na área sob a curva da glicose monitorizada continuamente nos três grupos. Conclui-se que, para os protocolos de treinamento aplicados, o treinamento em esteira demonstrou-se mais eficaz para o controle glicêmico e para o aumento da capacidade aeróbia dos indivíduos diabéticos tipo 2. A monitorização contínua da glicose parece não ser um bom método para a verificação do controle glicêmico após treinamento físico se não for combinado ao controle alimentar.

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