Resumo

O avançar da idade aliado à inatividade física contribuem para o surgimento de uma série de doenças metabólicas dentre as quais se destacam a hipertensão arterial, obesidade, síndrome da resistência à insulina e dislipidemia, levando a um quadro de síndrome metabólica (SM) aumentando o risco de desenvolvimento de diabetes mellitus e doenças cardiovasculares. O presente estudo objetivou investigar se períodos curtos de intervenção com treinamento aeróbio de baixa a moderada intensidades podem promover alterações nos marcadores de risco de doenças cardiovasculares em homens de meia-idade. Além disso, procurou comparar essas possíveis alterações com indivíduos de mesma faixa etária praticantes de treinamento aeróbio regular há alguns anos (corredores de longa distância). Compuseram a amostra dois grupos de indivíduos do sexo masculino de meia idade, sendo que um dos grupos (n=15, 46,45±4,50 anos, 173,59±7.52 cm) submetido a um treinamento aeróbio com intensidades entre 60% e 80% do VO2pico durante 16 semanas com 3 sessões semanais e avaliado nos dois momentos distintos: chamados de pré treinamento aeróbio (PRÉ-TA) e pós treinamento aeróbio (PÓS-TA): massa corporal total 80,77±8,67kg e PÓS-TA: massa corporal total 78,83±9,01kg. Um segundo grupo estudado foi o de corredores de longa distância (C) (n=21, 47,43± 5,77 anos, massa corporal total 66,97±10,56 kg, 171,05±7,47 cm), com um tempo médio de treinamento 15,38 ± 8,94 anos percorrendo semanalmente 62,95 ± 32,04 km e com tempo médio de performance para 10km de 45'36" ± 6'32". Foi avaliado diretamente o consumo máximo de oxigênio (VO2pico), composição corporal, perfil lipídio, PCR, hemoglobina glicada, glicose de jejum, insulina basal; a resistência à insulina foi estimada por meio do método Homeostasis Model Assessment (HOMA-IR). A análise estatística foi realizada intergrupos e intragrupos adotando um valor de p<0,05. Foi observada diferença significante entre o grupo PRÉ-TA e PÓS-TA, com redução dos valores para as variáveis: massa corporal total (p=0,011), IMC (p=0,011), % de gordura (p=0,023), massa gorda (p=0,012), circunferência de cintura (p=0,001), colesterol total (p=0,009), LDL (p=0,038), insulina basal (p=0,036) e hemoglobina glicada (p=0,031) e aumento no consumo máximo de oxigênio (p=0,000). Contudo, para a massa magra, HDL, triglicérides, glicemia, HOMA e PCR não foram observadas diferenças estatísticas significantes. Quando comparados PÓS-TA e corredores somente não foram observadas diferenças estatísticas para a MM, colesterol total, LDL, triglicérides, glicemia e PCR, com menores valores para o grupo de corredores com exceção do maior VO2pico e HDL. Indivíduos de meiaidade apresentaram alterações positivas nos marcadores de risco de doenças cardiovasculares após a realização de apenas 16 semanas de treinamento aeróbio. No entanto, indivíduos que realizam TA durante anos, em intensidades superiores de treino demonstraram ter benefícios ainda maiores decorrentes do exercício físico, evidenciando o importante papel do exercício físico, em menor ou maior quantidade e intensidade, como sinalizador do controle de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças associadas à síndrome metabólica 

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