Resumo

A capacidade atencional e a regulação dos níveis de impulsividade de um árbitro de voleibol são fundamentais no processo de arbitrar e de tomar decisões durante uma partida. A FIVB (Federação Internacional de Voleibol) classifica seus árbitros em 3 categorias: internacionais, nacionais e estaduais, porém pouco se sabe se existem diferenças nos níveis atencionais e de impulsividade entre árbitros que atuam em diferentes níveis competitivos. Objetivos: Comparar os níveis de atenção e impulsividade de árbitros de voleibol internacionais/nacionais versus regionais. Referencial teórico: A atenção é uma das funções cognitivas responsável pela capacidade individual de direcionar a percepção para informações relevantes do ambiente, de forma consciente (PETERSEN; POSNER, 2012). Já a impulsividade é uma predisposição para ações rápidas, prematuras, impulsivas do indivíduo (DALLEY; ROBBINS, 2017). Nos esportes coletivos, a atenção e impulsividade têm sido avaliadas baseadas no paradigma de testes de desempenho Contínuo (CPT) (LAGE et al., 2011; MOREIRA et al., 2021). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de caso, experimental, com amostra por conveniência. Foram avaliados 24 árbitros (34,95 ± 10,72 anos). Os árbitros foram divididos em dois grupos: G1: árbitros regionais; G2: árbitros internacionais/nacionais. O G1 foi composto por 18 indivíduos (33,00 ± 10,88 anos). O G2 foi composto por 6 indivíduos (40,83 ± 7,62 anos). Os árbitros foram submetidos ao teste do Quotient® ADHD System. Os parâmetros cognitivos avaliados no teste foram: Atenção (AT) e Impulsividade (IM), em milissegundos (ms). Utilizou-se os seguintes procedimentos estáticos: Shapiro-Wilk, estatística descritiva e Teste de MannWhitney. Adotou-se um nível de significância de p < 0,05. Resultados: Atenção: G1 (Md: 62.500ms; Q1: 48.750ms; Q3:71.250ms); G2 (Md: 71.250ms; Q1:37.500ms; Q3:86.250ms). Impulsividade: G1 (Md:31.250ms; Q1:17.500ms; Q3:40.000ms). G2 (Md:17.500ms; Q1:9.375ms; Q3:56.875ms). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre G1 e G2 para os níveis de AT (p=0.641) e IM (p=0.422). Discussão: Não foram encontrados estudos no voleibol. No futebol, Pietraszewski et al. (2014) identificaram níveis mais altos de atenção entre árbitros em diferentes categorias (FIFA, Nacional e Amador). LópezAguilar et al. (2022), identificaram que árbitros amadores são mais impulsivos que nacionais. Conclusão: Nesta amostra brasileira de árbitros de voleibol, não foram identificadas diferenças nos níveis atencionais e de impulsividade entre diferentes níveis competitivos.

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