Comparação dos Níveis de Atenção e Impulsividade de Árbitros de Voleibol
Por André Luiz Braga Jacinto (Autor), Elifas Marques Ferreira (Autor), Lafaiete Guimarães Moreira (Autor).
Em 13º Congresso Internacional do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região CONCREF
Resumo
A capacidade atencional e a regulação dos níveis de impulsividade de um árbitro de voleibol são fundamentais no processo de arbitrar e de tomar decisões durante uma partida. A FIVB (Federação Internacional de Voleibol) classifica seus árbitros em 3 categorias: internacionais, nacionais e estaduais, porém pouco se sabe se existem diferenças nos níveis atencionais e de impulsividade entre árbitros que atuam em diferentes níveis competitivos. Objetivos: Comparar os níveis de atenção e impulsividade de árbitros de voleibol internacionais/nacionais versus regionais. Referencial teórico: A atenção é uma das funções cognitivas responsável pela capacidade individual de direcionar a percepção para informações relevantes do ambiente, de forma consciente (PETERSEN; POSNER, 2012). Já a impulsividade é uma predisposição para ações rápidas, prematuras, impulsivas do indivíduo (DALLEY; ROBBINS, 2017). Nos esportes coletivos, a atenção e impulsividade têm sido avaliadas baseadas no paradigma de testes de desempenho Contínuo (CPT) (LAGE et al., 2011; MOREIRA et al., 2021). Materiais e métodos: Trata-se de um estudo de caso, experimental, com amostra por conveniência. Foram avaliados 24 árbitros (34,95 ± 10,72 anos). Os árbitros foram divididos em dois grupos: G1: árbitros regionais; G2: árbitros internacionais/nacionais. O G1 foi composto por 18 indivíduos (33,00 ± 10,88 anos). O G2 foi composto por 6 indivíduos (40,83 ± 7,62 anos). Os árbitros foram submetidos ao teste do Quotient® ADHD System. Os parâmetros cognitivos avaliados no teste foram: Atenção (AT) e Impulsividade (IM), em milissegundos (ms). Utilizou-se os seguintes procedimentos estáticos: Shapiro-Wilk, estatística descritiva e Teste de MannWhitney. Adotou-se um nível de significância de p < 0,05. Resultados: Atenção: G1 (Md: 62.500ms; Q1: 48.750ms; Q3:71.250ms); G2 (Md: 71.250ms; Q1:37.500ms; Q3:86.250ms). Impulsividade: G1 (Md:31.250ms; Q1:17.500ms; Q3:40.000ms). G2 (Md:17.500ms; Q1:9.375ms; Q3:56.875ms). Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre G1 e G2 para os níveis de AT (p=0.641) e IM (p=0.422). Discussão: Não foram encontrados estudos no voleibol. No futebol, Pietraszewski et al. (2014) identificaram níveis mais altos de atenção entre árbitros em diferentes categorias (FIFA, Nacional e Amador). LópezAguilar et al. (2022), identificaram que árbitros amadores são mais impulsivos que nacionais. Conclusão: Nesta amostra brasileira de árbitros de voleibol, não foram identificadas diferenças nos níveis atencionais e de impulsividade entre diferentes níveis competitivos.