Comparação entre 16 semanas de treinamento combinado e aeróbico sobre marcadores inflamatórios em idosos hipertensos

O aumento da inflamação crônica de baixo grau com o envelhecimento, além de elevar o risco para diversas doenças crônicas, pode agravar os riscos de elevada pressão arterial em hipertensos. O treinamento físico reduz a concentração de citocinas inflamatórias, mas ainda não está claro qual o melhor protocolo de treino para idosos hipertensos. OBJETIVO: Comparar o efeito de 16 semanas de treinamento aeróbico (TA) e de treinamento combinado (TC) na concentração de marcadores inflamatórios em idosos hipertensos. MÉTODOS: Incluímos indivíduos hipertensos controlados, acima de 60 anos, fisicamente não ativos, que não participaram de nenhum programa de treinamento nos últimos 6 meses avaliados por um cardiologista. No grupo (TA) 18 participantes realizaram 50 minutos de caminhada ou corrida à velocidade equivalente a 63% do VO2máx., três vezes na semana por 16 semanas. No grupo (TC) 15 participantes realizaram 3 sessões de TA e adicionalmente 2 sessões por semana de treino resistido, composto de 1 série de 15 repetições de 7 exercícios, com intervalo de 1 minuto. As concentrações de citocinas inflamatórias circulantes foram mensuradas antes e após o período de intervenção. A normalidade dos dados foi testada pelo teste de Shapiro-Wilk, e os dados foram transformados quando necessário. Os sujeitos foram inseridos em análise de modelos mistos como efeito aleatório e os fatores grupo (TA e TC) e tempo (antes e após 16 semanas), inseridos como efeitos fixos. Os dados são apresentados em média ± desvio padrão considerando p< 0,05. RESULTADOS: Não houve interação grupo*tempo significativa para a antagonista do receptor de Interleucina 1 (IL-1ra) no grupo TC (pré = 165,4±561,4 e pós = 847,1±702,3) e TA (pré = 642,5±305,2 e pós = 519,6±110,9, P = 0,38), para o fator de necrose tumoral alfa (TNF), no grupo TC (pré = 1,7±0,4 e pós = 1,7±06) e TA (pré = 1,6±0,5 e pós = 1,5±0,2, P = 0,16); adiponectina (TC pré = 4,6±1,6 e pós = 4,3±1,8 e TA pré = 5,7±3,1 e pós 5,2±4,1, P = 0,40) e Proteína C Reativa (TC pré = 1,4±1,2 e pós = 1,2±0,7 e TA pré = 1,5±1,3 e pós 1,3±1, P = 0,10). No entanto houve uma redução significativa da interleucina 6 (IL-6) no grupo TC (pré 3,5±5,6 e pós 2,4±2,9, P = 0,049), sem alteração para o TA (pré = 2,9±2,2 e pós= 3±1,7, P = 0,17). CONCLUSÃO: Apesar de poucas alterações nas citocinas inflamatórias causadas pelo treinamento, o TC se mostrou mais eficaz na redução da IL-6 quando comparado ao TA, sugerindo maior potencial antinflamatório.

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