Comparação entre a mensuração direta da relação cintura quadril e a estimação indireta pelo dispositivo InBody S10
Por Marcos Antônio Pereira dos Santos (Autor), Crislane de Moura Costa (Autor), Layne Lins Rodrigues da Silva (Autor), Valmir Oliveira Silvino (Autor), Felipe Machado Brito (Autor), Cirley Pinheiro Ferreira (Autor).
Em Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício (RBFex) v. 21, n 5, 2022.
Resumo
A relação cintura-quadril (RCQ), calculada a partir da divisão entre a medida da cintura e do quadril, é considerada uma importante ferramenta de verificação de risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. A fita métrica, ferramenta padrão ouro para a avaliação da RCQ, é acessível e de fácil utilização. Porém, existem outras ferramentas capazes de estimar os valores da RCQ, tais como o analisador de bioimpedância InBody S10. Este estudo buscou comparar o valor da RCQ estimado pelo dispositivo InBody S10 com os valores mensurados a partir da fita métrica. Métodos: 98 jovens saudáveis (23,9 ± 5,77 anos, 68,9 ± 12,67 kg, 1,69 ± 0,1 cm) tiveram as medidas da cintura e do quadril diretamente avaliadas a partir do uso da fita métrica e indiretamente estimados pelo dispositivo InBody S10. O coeficiente de correlação intraclasse (CIC) e o erro padrão das medidas (EPM) foram utilizados para verificar a confiabilidade. Foi aplicado o teste coeficiente de correlação de Pearson e de Bland-Altman para comparar os métodos de avaliação. A significância estatística foi estabelecida em p < 0,05. Resultados: O dispositivo InBody S10 apresentou baixos níveis de EPM (0,03). Porém, o InBody S10 superestimou significativamente os valores da RCQ (p < 0,05). Além disso, os métodos apresentaram uma correlação intraclasse baixa entre as repetições (CIC = 0,24) e uma correlação baixa entre si (r = 0,26). Conclusão: O dispositivo InBody S10 não exibiu valores válidos quanto à estimação da relação cintura-quadril. Portanto, ele pode não ser acurado o suficiente para essa estimação em jovens saudáveis.