Resumo
OBJETIVO: Comparar os principais índices da adiposidade corporal na predição de fatores de risco cardiometabólico e na funcionalidade de mulheres idosas. MÉTODOS: Uma amostra representativa de mulheres idosas residentes no Distrito Federal (n=149; 67.17±6.12 anos) foi submetida a avaliação da composição corporal por meio do DEXA e outros 5 índices antropométricos (circunferência de cintura - CC, relação cintura estatura - RCE, índice de massa corporal - IMC, índice de adiposidade corporal - IAC e índice de conicidade - IC). A pressão arterial foi medida por método oscilométrico e análise sanguínea foi conduzida para perfil glicêmico, perfil lipídico e proteína C-reativa. A classificação da síndrome metabólica (SM) adotada obedeceu aos critérios do NCEP-ATP III. Os testes funcionais de levantar e sentar, agilidade e caminhada de 6 minutos foram conduzidos em subgrupo aleatorizado (n=87). A correlação de Pearson foi utilizada para identificar o relacionamento entre as variáveis e o teste t para amostras independentes para comparar os sujeitos classificados com e sem os desfechos de SM e de incapacidade funcional. Definiu-se pontos de corte específicos para cada índice de adiposidade a partir da curva ROC e o odds ratio foi calculado para os desfechos de desordem metabólica e funcionalidade baixa. RESULTADOS: Exceto para colesterol total e LDL, as variáveis de risco cardiometabólico apresentaram correlação significativa com pelo menos um dos índices da adiposidade. SM e capacidade funcional baixa apresentaram prevalência de 29.5% e de 36.8%, respectivamente. O grupo classificado com o desfecho de SM apresentou condição cardiometabólica inferior em comparação ao grupo de referência, com exceção de colesterol total e LDL. Os testes de Levantar e Sentar, Caminhada de 6 minutos e Agilidade apresentaram associação mais consistente com CC (r=-0.345; p<0.01), RCE (r=-0.417; p<0.01) e IAC (r=0.296; p<0.01), respectivamente. Na comparação entre as curvas ROC, a CC apresentou-se maior que %G (p<0.001), IAC (p<0.001), IC (p<0.02), IMC (p<0.04). O odds ratio para os desfechos de SM e incapacidade funcional foi maior para CC (OR=18.62; IC: 6.71-51.69) e RCE (OR=7.75; IC:0.95-63.17), respectivamente. CONCLUSÃO: Com base nos resultados apresentados, conclui-se que os índices da adiposidade que consideraram a gordura abdominal em seus cálculos apresentaram maior poder discriminatório e relacionamento mais consistente com os fatores de risco cardiometabólico e com a funcionalidade em amostra composta por mulheres idosas.