Resumo

A determinação do segundo limiar (L2) por diferentes métodos é importante para prescrição e monitoramento do treinamento aeróbio. Dentre os métodos utilizados para estabelecer o L2, encontram-se a identificação por análise da curva lactacidêmica, variáveis cardiorrespiratórias (i.e., consumo de oxigênio, ventilação, frequência cardíaca). As análises envolvendo análise do consumo de oxigênio são direcionadas para determinar-se o ponto de compensação respiratória (PCR), considerados métodos sistêmicos. Recentemente, a análise da oxigenação muscular, deflexão da deoxi-hemoglobina e comportamento do índice de saturação tecidual (TSI) tem sido alvo de estudos para determinação do L2 como métodos locais. Entretanto, não há relatos da aplicação de métodos locais em exercícios envolvendo musculaturas isoladas, ampliando o conhecimento da aplicabilidade da oxigenação muscular. OBJETIVO: Comparar métodos sistêmico (ventilatório) e de oxigenação muscular local para determinação L2 durante teste incremental de extensão dinâmica unilateral de joelho. MÉTODOS: Dezoito homens fisicamente ativos (24,1 ± 4 anos; 82,8 ± 13,7 Kg; 181,1 ± 5,2 cm) realizaram um teste incremental (TI) até exaustão com a perna dominante, caracterizado por incrementos de 1,47 N de resistência a cada 2 minutos. Durante o TI foram monitoradas a percepção subjetiva de esforço (PSE), oxigenação muscular no vasto lateral e variáveis cardiorrespiratórias. Por análise de gases, o L2 foi assumido como a intensidade correspondente à inflexão da razão VE/VCO2. Para determinação do L2 por oxigenação muscular foi considerada a deflexão da curva da TSI. Aas variáveis foram comparadas pelo teste de Friedman com posterior correlação de Pearson (p<0,05). RESULTADOS: O L2 determinado pela VE/VCO2 (7,3 ± 1,4 N) não foi significativamente diferente do estimado pela TSI (6,6 ± 2,5 N). A análise pela TSI correspondeu a 100 ± 30% da intensidade identificada por análise de gases. Além disso, o L2 estimado por esses dois métodos foram significativamente correlacionados (r = 0,63; p = 0,005) CONCLUSÃO: A resposta da TSI parece promissora podendo ser incorporada como L2 tendo em vista que não apresentou diferença do valor de resistência determinado pela VE/VCO2 e ambos apresentaram forte correlação. Esses resultados são interessantes quanto a possibilidade de determinação do L2 como método não-invasivo, sendo promissor para exercícios realizados com musculaturas isoladas

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