Resumo

Índices referentes à capacidade aeróbia são amplamente utilizados por técnicos e nadadores para controle, monitoramento e prescrição do treinamento; além disso, a natação mostra-se altamente dependente da habilidade técnica de atletas de todas as faixas etárias. No entanto, a determinação direta desses índices é demorada, com alto custo e invasiva, desencorajando o uso contínuo, especialmente em atletas jovens. O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos da idade, maturação e sexo na comparação entre a intensidade de lactato mínimo (LM) e a velocidade crítica (VC), frequência crítica de braçada (FBrcrit) e frequência de braçada no lactato mínimo (FBrLM). Setenta e seis nadadores entre 10 e 17 anos (46 meninos e 30 meninas) participaram do estudo; as características antropométricas e estágios maturacionais foram determinados em laboratório, e foram realizadas três visitas em dias distintos em piscina para a execução de performances máximas de 100 e 400 m, além do protocolo de determinação da LM com performances progressivas e uma máxima de 200 m. Em todas as performances o número total de braçadas foi contabilizado. A VC e a FBrcrít foram calculadas a partir das distâncias e tempos de execução ou braçadas necessárias, em uma combinação de três distâncias e três combinações de duas distâncias. A FBrLM foi calculada a partir da LM e da frequência de braçadas nessa velocidade. Anova mista de medidas repetidas, Bland-Altman, correlação de Pearson, erro padrão de estimativa (EPE), diferenças percentuais (%DIF) e tamanho de efeito (TE) foram utilizados para comparar e verificar a relação entre os métodos diretos e indiretos de capacidade aeróbia e índice de braçada para os sexos, adotou-se nível de significância de P < 0,05. Os resultados demonstram efeito principal dos métodos utilizados (P < 0,001) na determinação da capacidade aeróbia e dos índices de braçada; porém efeito do sexo apenas na determinação da capacidade aeróbia (P = 0,043). O uso da idade como covariável não modificou o efeito principal, mas os estágios maturacionais sim, não havendo mais efeito de método (P = 0,525) e sexo (P = 0,050) para as variáveis analisadas. Para meninos a combinação de 200 e 400 m para determinação da VC e FBrcrít apresentou os melhores parâmetros de relação com LM (viés=0,002; %DIF=0,21; TE=0,01; R2=0,83; e EPE=0,06) e FBrLM (viés=0,003; %DIF=0,5; TE=0,03; R2=0,26; e EPE=0,07). Para meninas a combinação de 100 e 200 m para LM (viés=0,01; %DIF=0,8; TE=0,11; R2=0,63; e EPE=0,05) e 200 e 400 m para FBrLM (viés=0,001; %DIF=0,25; TE=0,02; R2=0,49; e EPE=0,05). Concluímos que os estágios maturacionais e o sexo devem ser considerados na utilização de métodos indiretos de determinação da capacidade aeróbia e índices de braçada de jovens nadadores. A partir dos resultados recomenda-se a combinação de 200 e 400 m para determinação da VC em meninos, e de FBrcrít de meninos e meninas, e a combinação de 100 e 200 m para determinação de VC em meninas. Apoio: CAPES.

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