Resumo

A medição precisa das atividades físicas moderada-vigorosa (AFMV) e classificação da inatividade física é imprescindível para estudos de base populacional e saúde pública. No entanto, estudos indicam baixa concordância entre os instrumentos subjetivos e objetivos dependendo da população avaliada. Objetivo: Comparar os dados de atividade física moderada vigorosa (AFMV) obtidos por meio da versão curta do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) com acelerômetro em idosos não institucionalizados. Métodos: Este foi um estudo transversal que compreendeu a avaliação de 123 idosos (67,5% do sexo feminino) com idade entre 60 e 89 anos (68,41 ± 6,58 anos). As atividades físicas diárias foram avaliadas por sete dias consecutivos por meio do acelerômetro tri-axial ActiGraph (modelo GT3X+). A aplicação do IPAQ foi referente ao mesmo período da utilização do acelerômetro. Em adição, o teste de caminhada de 6-min foi realizado para verificar a capacidade aeróbia funcional. Resultados: Foi observada correlação fraca (rho= 0,22; p=0,014) entre os instrumentos para as AFMV, quando analisado o grupo como um todo. Quando analisado entre sexo, foi observada correlação significativa apenas para as mulheres (rho=0,31; p=0,004). O IPAQ superestimou os valores de AFMV em sessões ≥ 10 min por semana (273,11 vs. 39,84 min/semana; p<0,001). A AFMV pelo acelerômetro se correlacionou moderadamente (rho=0,43; p<0,001) com a distância obtida pelo teste de caminhada de 6-min, enquanto o IPAQ apresentou correlação muito fraca (rho=0,19; p=0,035). A classificação dos idosos fisicamente ativos (≥ 150 min/semana em sessão ≥ 10 min de AFMV) foi significativamente (p < 0,001) diferente entre o IPAQ e acelerômetro (67% vs. 9%; x2= 71,39). Conclusão: Foi observado baixo nível de concordância entre os dados reportados subjetivamente e mensurados objetivamente, com alto viés de resposta para AFMV em sessões ≥ 10 min. A fraca correlação entre as AFMV reportadas pelo IPAQ com a capacidade de caminhada sugere que os dados obtidos pelo instrumento têm baixa predição do componente aeróbio e deve ser interpretado com cautela entre os idosos não institucionalizados. Palavras-chave: acelerometria, movimento humano, auto-relatado, medida

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