Resumo

Durante a pandemia da COVID-19, o modelo de treinamento domiciliar, inclusive de forma virtual, foi uma das principais tendências mundiais de fitness, especialmente para idosos, com o intuito de mitigar os efeitos adversos tanto na saúde física quanto no bem-estar mental dessa população. No entanto, ainda não se sabe se benefícios usualmente promovidos de forma presencial podem ser potencializados por meio da supervisão virtual remota, facilitada por videoconferência em tempo real com o auxílio da tecnologia. Objetivo: Comparar os efeitos da supervisão virtual e da supervisão mínima por mensagens em um programa de exercícios físicos domiciliares de 12 semanas sobre a saúde mental e a qualidade de vida de idosos. Métodos: Foi realizado um ensaio clínico randomizado realizado durante a pandemia da COVID-19. A amostra foi composta por 38 idosos de ambos os sexos (81,6% mulheres, idade média 68±6,4 anos; peso médio 69,8±12,1 quilos) sem deficiência física e/ou cognitiva. Os voluntários foram divididos em dois grupos: um grupo recebeu supervisão virtual (monitorado por videoconferência), enquanto o outro grupo recebeu supervisão mínima (monitorado por mensagens de texto semanais). Ambos os grupos seguiram o mesmo programa de exercícios físicos domiciliares, com três sessões semanais, diferindo apenas na estratégia de supervisão. A saúde mental foi avaliada por meio da Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) em conjunto com o questionário POMS, que avalia o humor, e a qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário WHOQOL-OLD. Foi feita análise de modelos mistos por General Mixed Models (GMM) com simetria composta, intervalos de confiança (IC) de 95% e nível de significância de 5%. Em caso de achados significativos, o teste post-hoc de Sidak foi selecionado. Os dados omissos foram tratados por imputações múltiplas. Resultados: Nossos achados demonstraram superioridade estatisticamente significativa da supervisão virtual em relação à supervisão mínima em relação à depressão (-2,92, IC 95% = -5,22 a -0,63). Por outro lado, a supervisão mínima exibiu superioridade sobre a supervisão virtual em relação à qualidade de vida (-6,70, IC 95% = -11,66 a -1,73). Conclusão: A supervisão virtual produziu melhores resultados para o indicador de depressão, enquanto a supervisão mínima favoreceu a qualidade de vida dos idosos ao final do programa de exercícios físicos domiciliares de 12 semanas.