Resumo
A prática regular de treinamento com pesos (TP) é recomendada, sobretudo, para a população idosa, uma vez que pode atenuar grande parte dos acometimentos à saúde associados ao processo de envelhecimento. Entretanto, os benefícios associados a prática do TP são em grande parte dependentes da manipulação correta das variáveis que compõem os programas de treinamento. Desse modo, a aplicação de uma sobrecarga progressiva e adequada é necessária para se atingir as respostas adaptativas desejadas. Neste sentido, poucas informações estão disponíveis até o presente momento sobre a efetividade ou não de diferentes modelos de periodização do TP, particularmente, na população idosa. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o efeito de dois modelos de periodização do TP sobre a força muscular, composição corporal, indicadores cardiovasculares e metabólicos em mulheres idosas. Para tanto, 37 mulheres idosas treinadas foram separadas aleatoriamente em dois grupos, a saber: treinamento com periodização linear clássica (LIN) e treinamento com periodização ondulatória (OND). Posteriormente, as participantes foram submetidas a um período de 12 semanas de TP, composto por três mesociclos com duração de quatro semanas cada. Testes de uma repetição máxima (1-RM) foram aplicados para avaliação da força muscular. A composição corporal foi determinada por absortometria radiológica de dupla energia (DEXA) e bioimpedância elétrica espectral. Medidas de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) em repouso foram obtidas por equipamento digital automático. As concentrações de glicose, colesterol total, HDL, LDL, triglicérides (TG) e proteína C-reativa (PCR) foram determinadas em jejum. Após 12 semanas de treinamento os grupos LIN e OND apresentaram aumento na força muscular (~10%), reduções no colesterol total (LIN = -6,9 mg/dL e OND = -11 mg/dL), LDL-c (LIN = -6,5 mg/dL e OND = -10,7 mg/dL), PAS (LIN = -2 mmHg e OND = -4 mmHg) e PCR (LIN = -0,9 mg/L e OND = -1,9 mg/L), sem diferenças estatisticamente significantes entre os grupos. Já a composição corporal e os demais indicadores cardiometabólicos (glicose, HDL, TG e PAD) não apresentaram alteração após a intervenção. Nossos dados sugerem que ambos os modelos de periodização foram capazes de proporcionar modificações positivas na força e melhora do perfil cardiometabólico de mulheres idosas previamente treinadas.