Resumo
O Kettlebell (KTB) é um implemento do treinamento contra-resistência para o desenvolvimento de força e potência, cujo uso cresceu ao longo dos anos. No entanto, muitas questões ainda não foram estudadas, uma delas é se a realização do treinamento com KTB num modelo periodizado seria mais eficaz. O objetivo deste estudo foi comparar o efeito de um modelo não periodizado com um periodizado de KTB swing ao longo de 12 semanas sobre a potência, força e resistência. Para isso, 27 homens treinados praticantes de programa de condicionamento extremo (ECP) foram divididos em: grupo não-periodizado (NPG = 10; 29,5 ± 8,72 anos; 174,3 ± 5,65 cm; 78,4 ± 12,08 kg; 146,5 ± 22,19 kg no levantamento terra - LT), grupo periodizado (PG = 11; 30,09 ± 8,06 anos; 177,91 ± 6,59 cm; 80,82 ± 10,13 kg; 142,27 ± 28,39 kg no LT) e grupo controle (CG = 6; 29,67 ± 9,4 anos; 176,17 ± 6,15 cm; 79,67 ± 13,29 kg; 141,33 ± 10,40 kg no LT). O NPG realizou o protocolo de treinamento com a mesma intensidade (20 kg) durante todo o período de treinamento, e o PG usou um ciclo progressivo de cargas. Medidas de força e resistência muscular no LT e potência no salto contra-movimento foram obtidas antes, após seis e 12 semanas. Uma ANOVA de dois fatores com medidas repetidas foi usada para verificar o Δ% dos grupos na potência, força máxima e resistência; a análise do tamanho do efeito (TE) também foi realizada. Tanto o PG (p < 0,001) quanto o NPG (p = 0,01) apresentaram diferenças estatísticas em relação ao GC para a altura do salto após 12 semanas. Contudo, a análise do TE mostrou superiodidade para o PG, e apenas o PG evoluiu da semana seis para a semana 12 (p = 0,027). Para força máxima, tanto o PG (p < 0,001) quanto o NPG (p = 0,014) mostraram diferenças significativas em relação ao CG após 12 semanas. Para resistência muscular, não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos. Conclui-se que, quando o objetivo é o aumento do desempenho do salto de praticantes de ECP, a adição do KTB swing num modelo periodizado parece ser uma estratégia mais eficaz. Quando o objetivo for a melhora da força, tanto o modelo periodizado quanto o não periodizado parecem ser igualmente eficazes, e isso pode simplificar a prática dos treinadores na elaboração dos ciclos de treino. Para resistência, a realização do protocolo de KTB por 12 semanas não foi diferente de apenas praticar ECP, mas sua inclusão deve ser avaliada em cada caso, considerando que alguns indivíduos podem apresentar benefícios.