Resumo

Devido ao aumento na expectativa de vida é aguardado uma elevação no número de pessoas com mais de 60 anos, o que favorece para mudanças comportamentais e de saúde nas populações. Isso contribui para a presença da osteoporose e a redução progressiva no desempenho dos componentes da aptidão física, predispondo a fraturas, comprometendo as capacidades funcionais e afetando a qualidade de vida dos idosos. O objetivo foi identificar a prevalência de osteoporose e analisar a associação de fatores sociodemográficos, indicadores de saúde, comportamentais e os componentes da aptidão física com a osteoporose em idosos residentes em domicílio. Trata-se de um estudo transversal e parte integrante do “Estudo Longitudinal de Saúde do Idoso de Alcobaça – ELSIA”, que incluiu 473 idosos de ambos os sexos. Todos os participantes responderam um questionário estruturado composto por informações sociodemográficas, comportamentais e de saúde. Os componentes da aptidão física foram avaliados segundo a Bateria de Fullerton e a osteoporose foi autorrelatado. Os dados contínuos foram categorizados adotando-se os percentis baseada na distribuição obtida pelo grupo. A Regressão de Poisson foi realizada para determinar a Razão de Prevalência e o teste Qui-quadrado para verificar a associação entre as variáveis do estudo com a osteoporose, considerando como significativo o valor de p <0,05. Na análise bruta foi considerado como significativo p ≤0,20 e foi adotado Intervalo de Confiança de 95%. O percentual de osteoporose foi de 10,2% (n=49). Na análise bruta observou-se associação estatisticamente significativa entre sexo feminino (RP = 3,58; IC 95% = 1,64 – 7,81), renda mensal familiar de <1 salário mínimo (RP = 1,72; IC 95% = 0,25 – 11,9), número de medicamentos de 3 ou mais (RP = 3,94; IC 95% = 1,43 – 10,8), número de quedas de 4 ou mais (RP = 4,02; IC 95% = 1,91 – 8,45), presença de sintomatologia depressiva (RP = 2,68; IC 95% = 1,52 – 4,75), qualidade negativa da percepção do estado de saúde (RP = 3,09; IC 95% = 1,78 – 5,38), estado nutricional de desnutrição/risco de desnutrição (RP = 1,91; IC 95% = 1,12 – 3,23), tempo de sono ≤7 horas/dia (RP = 1,90; IC 95% = 1,08 – 3,33), qualidade do sono muito ruim (RP = 6,58; IC 95% = 1,74 – 24,8), capacidade funcional dependente – ABVD (RP = 1,98; IC 95% = 1,15 – 3,40), capacidade funcional dependente – AIVD (RP = 1,89; IC 95% = 1,12 – 3,21) e comportamento sedentário excessivo (RP = 1,44; IC 95% = 0,82 – 2,52). Em relação aos componentes da aptidão física observou-se associação entre agilidade e equilíbrio dinâmico moderado e ruim desempenho (RP = 1,96; IC 95% = 1,14 – 3,35), resistência aeróbica moderado e ruim desempenho (RP = 2,01; IC 95% = 1,14 – 3,53) e flexibilidade MMII moderado e ruim desempenho (RP = 0,48; IC 95% = 0,22 – 1,05). Porém, ao realizar a análise ajustada somente a flexibilidade manteve associação inversa (RP = 0,33; IC 95% = 0,14 – 0,78) com a osteoporose. Por conseguinte, essa variável deve ser monitorada continuamente, objetivando a qualidade da saúde óssea e a independência funcional em idosos.


 

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