Resumo

DISSERTAÇÃO nº234 : Data da Defesa: 26/03/2014
 O nível de aptidão física, os componentes inflamatórios e antiinflamatórios da dieta têm sido associados ao perfil metabólico em adultos. A proposta deste trabalho foi verificar a relação entre os componentes da dieta, perfil antropométrico, perfil metabólico e aptidão física em adolescentes. A amostra foi composta por 46 meninas, de 14 a 17 anos, provenientes de escola pública estadual de Curitiba (PR). Todas foram avaliadas quanto à massa corporal (MC), estatura, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), circunferência abdominal (CA), percentual de gordura corporal (GC) e consumo máximo de oxigênio direto (VO2max). Em jejum, foram determinadas as concentrações de glicemia, insulinemia, colesterol total (CT), lipoproteínas de alta densidade (HDL-C), lipoproteínas de baixa densidade (LDL-C), triglicerídeos (TG), o Homeostasis Metabolic Assessment (HOMA-IR) e o Quantitative Insulin Sensitivity Check Index (QUICKI). A ingestão nutricional foi avaliada por dois recordatórios alimentares 24 horas (R24) e pelo Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R). Para análise dos dados, as adolescentes foram divididas em três grupos, conforme IMC-escore Z em: Eutrófico (n=10), Sobrepeso (n=16) e Obeso (n=20) e, posteriormente, em dois grupos conforme o nível de aptidão física em: baixa aptidão (n= 39) e aptidão adequada (n=7) Foram utilizados os testes t de Student, Mann Whitney, ANOVA, Tukey, Kruskall Wallis, Dunn, Quiquadrado e correlação de Pearson e Spearman, com nível de significância de p< 0,05. A amostra obteve idade média de 15 ±1,1 anos. Conforme a classificação do IMCescore Z, o grupo obeso apresentou maior índice HOMA-IR (p=0,006) e concentração de CT (p=0,048) em comparação ao eutrófico, e maiores concentrações de TG (p=0,009) e VLDL-c (p=0,009) quando comparado ao sobrepeso, bem como maior contribuição calórica de origem proteica em relação aos não-obesos (p=0,046). O consumo dos componentes inflamatórios da dieta apresentou elevada frequência e proporções similares entre os grupos. Em média, 56,52% das meninas ingeriram quantidades excessivas de lipídeos, 50% de ácido graxo saturado (AGS), 43,47% de ácido graxo trans (AGT) e 82% apresentaram padrão hiperssódico da dieta. Em relação à aptidão física, as adolescentes com baixa aptidão apresentaram maiores médias para massa corporal (p<0,0001), IMC escore Z (p<0,0001), CA (p<0,0001), GC (p<0,0001), glicemia (p<0,001), CT (p<0,001) e LDL-C (p<0,001), quando comparadas às meninas aptas fisicamente. Além disso, as meninas com baixa aptidão apresentaram perfil alimentar inadequado, evidenciado pela excessiva ingestão de nutrientes pró-inflamatórios: lipídeos (p=0,044), AGS (p=0,05) e sódio (p=0,002), bem como quantidades insuficientes dos componentes antiinflamatórios, como fibras (p=0,002) e cálcio (p<0,001). Conclui-se que a educação alimentar deve ser oferecida para todas as meninas desta faixa etária, independentemente de sua classificação do IMC-score Z. As adolescentes com baixos níveis de aptidão física acumularam dois fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o sedentarismo e a inadequação nutricional. Palavras-chave: nutrição, adolescentes, obesidade Infantil, aptidão física.

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