Resumo

Referência: HONORATO, Fernando Sousa. Comportamento autonômico cardíaco dos aeronavegantes da Força Aérea Brasileira em hipóxia hipobárica e sua relação com o tempo de aparecimentos dos sintomas de hipóxia e a aptidão física. Ano da defesa. Mestre em Educação Fìsica – Universidade Católica de Brasília, Distrito Federal, 2021. A ocorrência da hipóxia hipobárica (HH) durante o voo pode causar incidentes e/ou acidentes e resultar em morte. A HH induz alteração na função autonômica cardíaca que pode ser avaliada pela variabilidade da frequência cardíaca (VFC).No entanto, a hipótese de a variabilidade da frequência cardíaca ser um instrumento de avaliação prognóstica/confirmativa da percepção subjetiva autorrelatada dos sintomas da hipóxia ainda precisa ser estudada. Sabe-se que o nível de aptidão física pode contribuir para modulação autônoma eficiente. Contudo, nenhum estudo analisou a associação entre a aptidão, VFC e os sintomas da HH em aeronavegantes da Força Aérea Brasileira. Objetivo: Analisar a influência da hipóxia hipobárica sobre a função autonômica cardíaca durante o tempo de aparecimento dos primeiros sintomas (TAS) e sua associação com a aptidão física em aeronavegantes da Força Aérea Brasileira. Métodos: Aeronavegantes do sexo masculino, treinados e pertencentes ao efetivo da Força Aérea Brasileira (n=23; 30+6,7 anos) foram submetidos à simulação de voo em câmara hipobárica a 25.000 ft. A variabilidade da frequência cardíaca foi gravada com monitor cardíaco Polar®. Os dados foram analisados no domínio do tempo e não-linear usando o software Kubios. Avaliamos a oximetria de pulso com o oxímetro Mindray PM-60. Foi feita a análise documental dos resultados atingidos pelos aeronavegantes no teste de avaliação do condicionamento físico (TACF) relativos à avaliação antropométrica e composição corporal, aptidão cardiorrespiratória e testes neuromusculares. Resultados: Na comparação entre os momentos repouso vs. hipóxia, os valores dos índices iRR, RMSSD, NN50, SD1 diminuíram, os valores da frequência cardíaca média e do índice SD-FC aumentaram (p<0,05). A análise individual de variação hipóxia-repouso mostrou que 100% dos aeronavegantes apresentaram delta negativo para os índices iRR, FC média e RMSSD. O tempo de aparecimento dos sintomas de hipóxia não apresentou associação com as variáveis de composição corporal, aptidão física, saturação de oxigênio ou com os índices da VFC. A inspeção visual do comportamento gráfico dos iRR mostrou a diminuição do comprimento, amplitude e a perda da linearidade dos iRR durante a hipóxia (p<0,05) em todos os aeronavegantes. Conclusão: A HH induziu a redução dos valores dos índices da VFC antes do TAS, demonstrando assim, que a modulação autonômica cardíaca parece ser mais sensível aos efeitos da HH a 25.000ft do que a percepção subjetiva autorrelatada dos sintomas. Assim, dispositivos móveis no sentido de alertar antecipadamente o piloto de uma hipóxia hipobárica possam ser criados permitindo mais tempo para sua tomada de ação para reestabelecer o controle do voo. Não houve associação entre os índices do TACF e o TAS.

Acessar