Comportamento das concentrações séricas de gh, igf-i, igfbp3 e potencia em futebolistas jovens ao longo da competição
Por Eike Bianchi Kohama (Autor), Carlos Eduardo Martinelli Jr (Autor), Rafael Fornel (Autor), Enrico Fuini Puggina (Autor), Dalmo Lopes Machado (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Programas de exercícios estão relacionados com a ação anabólica do eixo GH/IGF-I. Durante o crescimento, ganhos de massa muscular podem trazer vantagens no rendimento físico de jovens atletas, principalmente nas idades onde se atingem as maiores potências musculares (15-16 anos). OBJETIVO: Avaliar o comportamento das concentrações séricas de GH, IGF-I, IGFBP3 e mensurar a potência em jovens futebolistas durante uma competição. MÉTODOS: 11 jogadores da categoria sub-15 do Botafogo Futebol Clube foram selecionados para o estudo. As concentrações de GH, IGF-I e IGFBP3 foram mensuradas por ensaios imunocolorimétricos específicos (ELISA) e as coletas ocorreram antes e após uma sessão de treino padrão (STP). A potência foi avaliada um dia antes da coleta de sangue através do teste RAST. As coletas e testes ocorreram na fase inicial, metade (4°mês) e fase final (7°mês) da competição. As concentrações hormonais foram analisadas pelo teste de Wilcoxon and Friedman e os resultados de potência foram analisados por meio da ANOVA para medidas repetidas e post hoc de Bonferroni. P < 0,05. RESULTADOS: Nota-se uma redução nos níveis de IGF-I após o STP na fase final da competição (461 ± 95 vs. 429 ± 87; P = 0.04). Já a fase anabólica evidencia-se pelo aumento nos níveis de IGF-I após a STP no meio da competição (460 ± 68 vs. 519 ± 115; P = 0.05). A variação nas concentrações de IGF-I após a STP foi significativamente maior no meio em relação ao final da competição (59 ± 95 vs. -32 ± 49 ng/ml; P = 0.04). O IGFBP-3 apresentou concentrações mais elevadas tanto antes quanto após a STP na metade da competição quando comparado com a fase final (4.9 ± 1.0 vs. 4.6 ± 1.0 mg/l; P = 0.03) (5.5 ± 1.7 vs. 4.5 ± 0.8 mg/l; P = 0.04). O GH não apresentou variação significante durante toda a competição. Os valores de potência foram maiores na metade da temporada. O teste post hoc de Bonferroni mostrou que a PMedia nos momentos inicial (409,1 ± 87,3) e metade (458 ± 100) apresentam diferença significante (p = 0,007). O mesmo aconteceu para PPico inicial (507,6 ± 26,7) e metade (562,8 ± 34,7) (p = 0,031) e também para PMinima início (305,5 ± 28,9) e metade (376,75 ± 25,01) (p = 0,007). CONCLUSÃO: O IGF-I apresentou-se sensível aguda e cronicamente aos efeitos dos estímulos da competição. O IGFBP-3 foi sensível aos efeitos crônicos e os resultados de potência acompanharam o comportamento do IGF-I e IGFBP-3. Ambos peptídeos se mostraram sensíveis marcadores de estado de treinamento de jovens futebolistas.