Comportamento do olhar e desempenho de jogadoras amadoras e profissionais de futebol nas batidas de pênaltis potentes e colocados
Por Bruno Vinicius De Freitas Silva (Autor), Dalton Lustosa De Oliveira (Autor), Dalton Lustosa De Oliveira (Autor), Cassio M. Meira Jr. (Autor), Cíntia Oliveira Côrtes (Autor).
Em 46º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
O pênalti do futebol de campo pode ser executado de forma potente ou colocada. Essas diferentes formas de bater o pênalti são estudadas na literatura específica do ponto de vista do desempenho e do comportamento do olhar, sobretudo em atletas homens com níveis distintos de experiência. O objetivo deste estudo foi comparar o comportamento do olhar e o desempenho de jogadoras amadoras e profissionais de futebol em cobranças de pênalti potentes e colocados. Seis jogadoras profissionais de dois clubes tradicionais da série A do Campeonato Brasileiro (23,3 ± 3,6 anos) e 8 jogadoras amadoras (23,8 ± 5,8 anos) executaram 5 cobranças de pênalti potentes e 5 colocadas, em ordem aleatória, em campo oficial de futebol. O desempenho foi medido pelo local final da bola e o comportamento do olhar foi medido com um eyetracker. As análises de variância de duas vias (experiência x tipo de chute) indicaram que as profissionais (2573 ± 81,76) demoraram mais tempo (em milissegundos) para cobrar os pênaltis em relação às amadoras (1937 ± 60,02) [F(1,116)= 39,32; p=0,0001; ƞp2 =0,253], as profissionais apresentaram maior percentual de fixações na bola (81,56 ± 4,94) quando comparadas às amadoras (60,39 ± 8,83) [F(1,40)=4,38; p=0,043; ƞp2 =0,099], as profissionais fizeram mais fixações visuais nos pênaltis potentes convertidos (4,3 ± 0,54) em comparação aos pênaltis potentes desperdiçados (2,3 ±0,76) [F(1,71)=4,21; p=0,044; ƞp2 =0,056] e as profissionais (12,08 ± 0,96) apresentaram maior variabilidade do diâmetro da pupila (pixels) em comparação às amadoras (8,69 ± 1,21) [F(1,127)=4,81; p=0,03; ƞp2 =0,036]. Ainda, as amadoras apresentaram diferença marginal significativa no local final da bola [X2(5)=10; p=0,07], com menor incidência de cobranças nos cantos altos e maior incidência nos cantos baixos e no centro alto e baixo; para as profissionais, não houve diferenças significativas no local final da bola, o que significa que a incidência de cobrança foi distribuída nas seis áreas do gol. Os achados da presente pesquisa evidenciam que as jogadoras de futebol profissionais possuem maior atenção visual (fixações visuais) e maior esforço cognitivo (pupilometria) para cobrar o pênalti, quando comparadas às amadoras.